Representantes de hospitais e clínicas, dirigentes de sindicatos e da FEHOSUL, participaram da Reunião-almoço do Grupo Técnico de Negociação do IPE nesta quarta-feira, 15, na sede da entidade. Sob a coordenação do Diretor Executivo, Dr. Flávio Borges, o grupo discutiu questões relativas ao relacionamento com o órgão estadual que é responsável por pouco mais de um milhão de vidas em todo o Estado.

Os representantes do Hospital Divina Providência, João Daniel Berto e Karin Armange, apresentaram um trabalho de simulação de recomposição inflacionária de preços e sem ganho real com base na tabela do IPE – caso o órgão estadual tivesse concedido os reajustes anualmente e em todos os itens da tabela de preços, conforme acordo feito em agosto de 2011.

Os profissionais fizeram as simulações com base no IGPM (Índice Geral de Preço do Mercado) para atualizar todos os itens e procedimentos utilizados. “Na nossa realidade, aplicamos uma recomposição de valores e sem ganho real. Esta simulação demonstrou uma grande defasagem e um necessário realinhamento de preços, dentro das nossas necessidades”, explicou Karin.

O Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria, também fez um levantamento propondo um reajuste linear, levando em consideração os itens que mais influenciavam na sua receita e compôs uma proposta que sinaliza a necessidade de reajustes de mais de 100%. Ambos os estudos serão repassados a todos os participantes da reunião que farão considerações para o próximo encontro.

“Em minha opinião temos que lutar para remunerar melhor as diárias e taxas, pois basicamente são esses valores que sustentam os atendimentos que realizamos dos beneficiários do IPE. Precisamos revisar as tabelas de materiais nos seus componentes e valores, praticar os valores dos medicamentos estabelecidos no acordo com o IPE em agosto de 2011”, argumentou Renata Kralik, representante do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Também foi discutido, na reunião desta quarta-feira, uma moção que será enviada ao IPE, assinada pela FEHOSUL, sobre os materiais legislados pela Anvisa cujo reuso não é mais autorizado, como por exemplo os utilizados em endoscopia, urologia e diálise.

Outra questão discutida no encontro foram as regras de negócios e de pagamentos que foram estabelecidas unilateralmente pelo IPE. Os integrantes da FEHOSUL estão dispostos a rever estas regras no sentido de aperfeiçoar o processo e facilitar o pagamento das contas sem que isso se transforme em um novo instrumento gerador de glosas.

O Dr. Eduardo Dias Lopes, representante do Hospital Mãe de Deus, fará um estudo para inclusão de novos materiais na Tabela de Material Indenizável (TMI) e Tabela de Órteses e Próteses e Materiais Especiais (TOPME) com reajustes de valores. O documento também será compartilhado com todos para outras sugestões e, depois de aprovado, será apresentado ao IPE.

Participaram do encontro representantes dos hospitais: São Vicente de Paulo (Passo Fundo); Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo (Santa Maria); Ana Nery (Santa Cruz do Sul); Ernesto Dornelles, Divina Providência; Mãe de Deus; São Lucas da PUCRS; Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS; Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas e Laboratório Geyer – todos de Porto Alegre. O grupo se reunirá novamente na 1ª semana de junho, dia 5.