Planos de saúde e os riscos para os usuários
Ampliação das redes de atendimento próprias restringe livre escolhaUm levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que pelo menos 40% dos planos de saúde possuem uma rede própria de atendimento. A busca das operadoras em ampliar seu número de hospitais, clínicas e ambulatórios, não é um assunto devidamente analisado e atinge cerca de 50 milhões de brasileiros usuários de planos de saúde.
A responsabilidade de fiscalizar o setor é do poder público, principalmente pelo descompasso entre a expansão de novos usuários de planos e o crescimento da rede de atendimento.
Para minimizar as dificuldades dos usuários a ANS fixou (em dezembro de 2011) prazos máximos para cirurgias, exames laboratoriais e consultas. O objetivo era incentivar a ampliação do atendimento. No entanto, a solução encontrada por grandes operadoras de planos de saúde, ao invés de credenciar novos hospitais, clínicas, laboratórios e médicos, deu-se através da expansão de redes próprias que limita a capacidade de escolha do paciente.
O presidente da FEHOSUL, médico Cláudio Allgayer, mostra-se preocupado com esta tendência que “induz a oligopolização do setor, com poucos players concentrando os atendimentos em hospitais e demais serviços próprios, com evidentes riscos à manutenção da qualidade dos serviços assistenciais, além de restringir a livre escolha aos pacientes”, asseverou o dirigente da entidade.