Mundo | 16 de abril de 2015

Pesquisadores europeus descobrem novo biomarcador de câncer do útero

Proteína indica mulheres com maior risco
Pesquisadores europeus descobrem novo biomarcador de câncer do útero

Um estudo europeu, publicado na Gynecologic Oncology, descobriu um novo biomarcador para diagnosticar mulheres com câncer de endométrio do útero com alto risco de recorrência.

O novo estudo, feito em conjunto entre as universidades de Uppsala (Suécia), Turku (Finlândia) e Bergen (Noruega), observou a quantidade de proteína ASRGL1 presente nas células desse tipo de tumor. De acordo com o número de ASRGL1, os pesquisadores conseguiram separar as pacientes com prognóstico negativo ou alto, após recuperação de cirurgia. Os dados foram baseados em amostras de cerca de 500 mulheres com câncer de útero, entre 1981 e 2007.

A ASRGL1 é uma enzima, normalmente presente em células saudáveis ​​do útero. A pesquisa mostra que as pacientes que perderam a totalidade ou parcialmente a proteína nas células tumorais tinham um risco muito maior de óbito ou de recorrência do câncer. As pacientes com níveis contínuos de ASRGL1 tiveram risco baixo de recorrência.

O estudo também mostra que ASRGL1 é um fator prognóstico independente, mesmo após a compensação para outros fatores de risco, como o estágio ou grau do tumor. Os pesquisadores acreditam que a proteína pode se tornar uma ferramenta de diagnóstico para identificar mulheres com maior risco de recorrência e, portanto, necessitam de um tratamento mais extenso.

“São avanços no tratamento do câncer de útero. Hoje, entre 10% a 15% das pacientes sofrem recorrência de câncer, apesar de serem consideradas pacientes de baixo risco de acordo com o diagnóstico padrão”, destacou o principal autor do estudo, Per-Henrik Edqvist, pesquisador do Departamento de Imunologia, Genética e Patologia da Uppsala University.

Novos estudos semelhantes vão investigar se a ASRGL1 também pode ser utilizada para diagnosticar biópsias de tecido retiradas antes da cirurgia. “Nossos resultados são promissores, mas é necessário mais investigação antes da proteína ser validada como uma ferramenta de diagnóstico”, diz Per-Henrik Edqvist.

Atualmente o tratamento de câncer de endométrio consiste, principalmente, na remoção do útero e, em alguns casos, a quimioterapia, se o risco de recorrência for considerado elevado.

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