Pacientes oncológicos têm mais risco de hospitalização e morte por Covid-19
Pacientes com câncer tiveram risco quase quatro vezes maior de complicações graves e morte quando tiveram COVID, conforme informações do oncologista Stephen StefaniUm estudo brasileiro realizado durante a pandemia aponta que pacientes oncológicos, mesmo com plano de saúde, são mais suscetíveis à infecção pelo Covid-19, além de apresentarem maiores taxas de complicações graves. Organizado pela Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde (CAPESESP), a pesquisa analisou dados de 37.462 pessoas hospitalizadas na rede privada do País entre março de 2020 e maio de 2021. De acordo com o oncologista participante do estudo, Dr. Stephen Stefani, do Grupo Oncoclínicas, a mortalidade durante e após a alta hospitalar foi investigada em dois grupos: presença ou ausência de câncer antes da admissão, com ou sem quimioterapia prévia.
O trabalho será apresentado congresso da International Society of Pharmacoeconomcis and Outcome Research (ISPOR), organização dedicada a melhorar as decisões relacionadas à saúde. O evento, que geralmente tem diversas edições – nos Estados Unidos, Europa, Ásia, América Latina, foi realizado virtualmente no último mês de maio.
O oncologista relata que o risco de morte em pacientes com Covid-19 durante a internação e período de acompanhamento (14 meses) foi significativamente maior quando já havia a presença de câncer anterior (35,5%) do que sem câncer (24,35%). Pacientes com câncer tiveram risco quase quatro vezes maior de complicações graves e morte quando tiveram COVID.
O objetivo do estudo foi mostrar que a hospitalização por Covid-19 e o risco de morte são significativamente maiores em pacientes com câncer. “O índice de mortalidade intra-hospitalar (IHM) não foi diferente dos pacientes sem câncer, mas a mortalidade geral foi maior após a alta, em comparação aos pacientes com câncer sem Covid. Por isso, é imprescindível compreender melhor e mitigar esses riscos de excesso de hospitalização e maior mortalidade que podem ser revelados ao longo do tempo de acompanhamento”. A próxima etapa do estudo envolve avaliar impacto da vacinação nesse grupo, conclui Stefani.