O verão é a estação em que as pessoas mais comumente tiram férias e aproveitam o tempo para viajar. Para as gestantes, uma preocupação recorrente é sobre os riscos de uma viagem aérea. A Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, na Inglaterra, elaborou esclarecimentos para grávidas em viagens de avião. A instituição é referência em pesquisas e estudos de obstetrícia e ginecologia no mundo.

As informações são relevantes para viagens de curta distância (menos de quatro horas), média e longa distâncias (mais de quatro horas de voo). Voos ocasionais não são considerados representativos de risco para gestantes ou bebês. Se a gravidez não é de risco, voar não é prejudicial para a gestante ou para o bebê. Em mulheres saudáveis, com gestações sem riscos, não há evidências de que as mudanças na pressão e/ou na umidade do ar tenham efeito nocivo. Não há evidências de que o voo cause aborto espontâneo, parto prematuro ou ruptura prematura da bolsa de águas.

O momento mais seguro para voar durante a gravidez é antes de 37 semanas, se a gravidez é de apenas um bebê e antes de 32 semanas, se a gravidez é gemelar não complicada. A partir de 37 semanas, a gestante pode entrar em trabalho de parto a qualquer momento, por isso é bom evitar voar neste período.

Algumas grávidas podem sentir desconforto durante o voo, como inchaço das pernas devido à retenção de líquidos (edema) e congestão nasal/problemas nos ouvidos. O voo também pode piorar os sintomas da cinetose (enjoo de viagem) em grávidas, tornando os enjoos piores.

Durante a gravidez e por até seis semanas após o nascimento do bebê, há um maior risco de desenvolver uma trombose venosa profunda (TVP) em comparação com mulheres que não estão grávidas. Existe um risco aumentado de desenvolvimento de uma TVP durante o voo, que se agrava conforme o maior tempo na posição sentada, conforme duração do voo. O risco também é maior se há fatores de risco adicionais, como uma TVP anterior ou sobrepeso.

Em voos de curta distância (menos de quatro horas) é pouco provável que sejam necessárias medidas especiais. O obstetra deve avaliar o risco para TVP cada caso individualmente. Para minimizar a possibilidade, deve-se: usar roupas e sapatos confortáveis e soltos; tentar obter um assento no corredor e fazer caminhadas regulares dentro do avião; fazer exercícios no próprio assento a cada 30 minutos, como mexer os pés fazendo círculos e movimentos de vai e vem; beber água em intervalos regulares durante todo o vôo; evitar bebidas que contenham álcool ou cafeína; usar meias elásticas de compressão graduada indicadas pelo médico, que fornecerá o tipo e o tamanho corretos para cada pessoa. Pessoas que tenham outros fatores de risco podem ser aconselhadas a tomar injeções de heparina, que diluem o sangue e ajudam a prevenir a TVP.

Qualquer grávida tem chance de entrar em trabalho de parto prematuro ou de ter a bolsa rompida repentinamente. Se isso acontecer durante um voo, não há nenhuma garantia de que outros passageiros ou tripulantes estejam treinados e tenham experiência para ajudar a dar à luz.

Em certas condições de saúde  que podem complicar uma gravidez, colocando a gestante e o bebê em risco, pode ser aconselhada a não voar. Os casos são:

·   Quando tem maior risco de entrar em trabalho de parto prematuro

·   Casos de anemia grave, ou anemia falciforme (condição que afeta as células vermelhas do sangue)

·   Se a gestante teve recentemente sangramento vaginal significativo

·   Se tem uma condição séria que afete os pulmões ou o coração e que torne a respiração difícil

É importante que a gestante tome as seguintes precauções :

·   Levar anotações sobre a sua gravidez

·   Levar qualquer medicamento que esteja tomando.

·   Com mais de 28 semanas de gravidez, a companhia aérea pode solicitar uma carta médica afirmando quando é a data provável do parto e confirmando que a gestante está em boa saúde.

·   Algumas companhias aéreas têm seus próprios formulários/documentos que precisam ser preenchidos em qualquer fase da gravidez.