Mundo | 20 de setembro de 2017

O maior serviço de entrega de produtos e insumos de saúde por drones será lançado na África em 2018

"Sky ambulances" surgem como soluções economicamente mais viáveis
O maior serviço de entrega de produtos e insumos de saúde por drones será lançado na África em 2018

Em outubro de 2016, o povo de Ruanda recebeu o lançamento de drones para transporte de suprimentos médicos em seu território pela primeira vez. A tecnologia é desenvolvida e operada pela Zipline, uma startup localizada em São Francisco, Estados Unidos.

Os habitantes locais chamam os drones de “sky ambulances” (ambulâncias do céu). Eles entregam suprimentos médicos através de pequenos paraquedas, que são deixados em hospitais e estabelecimentos de saúde locais – muitas vezes localizados fora da capital do País, Kigali. Na Tanzânia, surgirá o maior serviço de drone para fins o mercado de saúde no mundo, antes mesmo do que muitos países desenvolvidos.

Para o CEO e co-fundador da Zipline, Keller Rinaudo, países como a Ruanda têm tomado decisões mais ágeis e começam a implementar estas novas tecnologias, assumindo uma posição mais prática do que outros países de primeiro mundo, como os EUA. Enquanto países extremamente “regulamentados” discutem modelos de entrega por drone, países como Ruanda já adotam a tecnologia. Com necessidade de buscar soluções economicamente mais baratas, estes países tem como vantagem uma maior abertura para aceitar mecanismos capazes de transpor estradas ruins, em menos tempo e sem utilizar combustível.

Maior serviço de entrega de produtos e insumos de saúde

No início de 2018, a Zipline lançará oficialmente o maior serviço de entrega de produtos e insumos de saúde do mundo na Tanzânia, país vizinho da Ruanda. O governo do país tem como objetivo usar os drones para fazer até 2 mil entregas de suprimentos médicos por dia.

As entregas de suprimentos, como produtos de sangue, medicamentos e antivenenos de cobras, irão para mais de mil hospitais e clínicas e atenderão cerca de 10 milhões de pessoas. Os drones robustos e de asa fixa da Zipline já fizeram mais de 1,4 mil vôos e entregaram 2,6 mil unidades de sangue, mesmo em condições de mau tempo envolvendo fortes chuvas ou vento em Ruanda.

Outras empresas

A Zipline não é a única empresa que utiliza drones para transportar os “pacotes de saúde” pelos ares. A Matternet, uma startup localizada em North Fair Oaks, California, planeja lançar uma parceria com a Suíça antes do final de 2017, transportando suprimentos de saúde entre hospitais e laboratórios no país.

“Buscamos mais de mil grupos hospitalares com três ou mais instalações, que incluem os principais mercados da União Européia, Estados Unidos e Japão”, diz Andreas Raptopoulos, CEO da Matternet.

O CEO destaca que os drones também geram economia de 50% aos sistemas hospitalares em relação aos métodos de entrega regulares no solo que são utilizados atualmente.

Brasil

Em maio desta ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) lançou regras para quem tem interesse em utilizar drones. Porém, o “delivery drone” requer uma autorização especial da Anac e da Força Aérea Brasileira (FAB). A realidade é que a utilização de drones ainda causa preocupação, principalmente em função da necessidade de se criar “rotas” seguras, que não estejam acima de áreas populosas como as cidades.

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