Foram apenas três transplantes a menos registrados em 2012 com relação a 2011 no Rio Grande do Sul, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). O Estado que já se destacou nacionalmente por ser uma das principais regiões do Brasil em que mais se doava órgãos e se realizavam transplantes, hoje ocupa a quinta colocação. A liderença é de São Paulo com 8.585 cirurgias, sendo a maior parte de córnea (5.541); seguido por Minas Gerais (2.179); Paraná com 1.721 procedimentos; e Pernambuco com 1.678. O Brasil realizou 23.999 transplantes em 2012, maior número da última década.

Das 1.673 cirurgias realizadas no RS em 2012, 882 foram transplantes de córnea, 543 de rim, 107 de fígado, 97 de medula óssea, 33 de pulmão e 11 de coração. O Estado ainda mantém fila de espera para realizar transplante de praticamente todas as patologias. Porém, para córnea, por exemplo, alguns estados brasileiros já eliminaram a agonia dos pacientes e não há mais fila no Ceará, Pernambuco, Acre, Mato Grosso do Sul, Paraná, Espirito Santo, Distrito Federal e São Paulo.

No Brasil, o transplante de pulmão teve aumento de 69%, seguido do coração com 43% a mais quando comparado com 2011. Também houve aumento na quantidade de doadores de órgãos, que passou de 2.207 (2011) para 2.434, registrando 12,7 doadores por milhão de população (PMP).

Dados nacionais

Dados do Ministério da Saúde mostram evolução no número de transplantes feitos pelo SUS nas regiões Norte e Nordeste em 2012. O resultado confirma o trabalho que vem sendo feito, desde 2011, para descentralizar a política e aumentar o volume de transplantes fora dos estados das regiões Sul e Sudeste, um dos motivos da possível estabilização do número de transplantes no Rio Grande do Sul.

O aumento no número de equipes especializadas e das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) impulsionou o crescimento nessas localidades. Na região Norte o crescimento foi de 47% (4.706 transplantes) e no Nordeste 20% (613 transplantes) se comparado a 2011. Os Estados que mais se destacaram em aumento percentual foram Bahia (59%), Pará (56%), Pernambuco (55%), Maranhão (44%) e Amazonas (35%).

De acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, a cirurgia de córnea atingiu 15.225 cirurgias em 2012, contra 14.838 no mesmo período de 2011. O Brasil é referência mundial no campo dos transplantes. Atualmente, 95% das cirurgias no país são realizadas no SUS.

Também cresceu a quantidade de doadores. No País, o número passou de 2.207, em 2011, para 2.439, no ano passado. Com isso, pela primeira vez, o Brasil ultrapassou a marca de 10 doadores por milhão de população (PMP), chegando a 12,7 em 2012.

Com a tendência de aumento de transplantes e doadores, houve redução no número de pessoas que estão na lista de espera. No país, 26.662 pessoas aguardam por cirurgia – redução de 4,2 em relação a 2011 (27.827), embora seja um número ainda muito elevado.

Incentivos financeiros

Para estimular os transplantes pelo SUS, o Ministério da Saúde criou novos incentivos financeiros para hospitais que realizam cirurgias na rede pública. Com as novas regras, os estabelecimentos que fazem quatro ou mais tipos de transplantes podem receber um incentivo de até 60%.

Para os hospitais que fazem três tipos de transplantes, o recurso será de 50% a mais do que é pago atualmente. Nos casos das unidades que fazem dois ou apenas um, será pago 40% e 30% acima do valor, respectivamente. O impacto financeiro em 2012 foi de R$ 217 milhões.