Novembro Roxo: Cirurgia cardíaca salva bebê prematuro
O coordenador médico de Cirurgia Cardíaca do Divina, Renato Kalil, diz que a primeira cirurgia cardíaca em neonato na instituição é um passo muito importante, pois a cada mil nascimentos vivos, um deles acontece com cardiopatia congênita.
Para encerrar o Novembro Roxo, trazemos a história do Benício, que nasceu, prematuramente, no Hospital Divina (HD), no dia 31 de agosto, e precisou ser submetido a uma cirurgia cardíaca delicada e arriscada.
Agora, Benício já foi para casa e está muito bem. Como diz a enfermeira da UTI Neonatal, Suellen Severo, a melhor parte é quando os pacientes são liberados com saúde. “Este é o nosso principal objetivo”.
O garotinho, pesando apenas 1,7 quilo, passou pela cirurgia em 19 de setembro, com o cirurgião cardíaco Lucas Krieger. O médico explica que o bebê tinha dois problemas: um trombo enorme para o tamanho dele, que se soltasse, causaria embolia e, por consequência, a sua morte. Além disso, um quadro chamado persistência do canal arterial, que estava deixando-o muito instável do quadro hemodinâmico.
“A área da neonatologia traz, para os cirurgiões, desafios adicionais, pois em um pequeno paciente todos os acessos e procedimentos são mais difíceis e delicados, o que torna a cirurgia extremamente estressante. O coração do Benício estava com cerca de 5 centímetros”, explica.
Para o médico, o trabalho no pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório foram cruciais para o sucesso do caso do Benício.
Família acolhida
A enfermeira Suellen comenta a peculiaridade da neonatologia, onde além do paciente que é o bebê, a equipe acolhe toda a família. “Fazemos questão de comemorar cada conquista, como o primeiro quilo, o “mesversário”… Assim, vamos tornando essa passagem pela UTI menos assustadora”, explica.
Na situação do Benício, além dos tradicionais acolhimento e cuidados, o caso necessitou de aprofundamento da equipe multidisciplinar. “A gente estudou muito para ver as melhores alternativas para tratá-lo”, comenta Suellen.
“E o melhor momento é quando esse bebê ganha alta, recebe a sua “medalha de vencedor” e vai para casa”, comemora. Agora, pais e bebê estão em casa. Adaptando-se às novas rotinas.
Cardiopatia congênita
O coordenador médico de Cirurgia Cardíaca do Divina, Renato Kalil, diz que a primeira cirurgia cardíaca em neonato na instituição é um passo muito importante, pois a cada mil nascimentos vivos, um deles acontece com cardiopatia congênita. “Se esses bebês não forem tratados no primeiro ano de vida, o risco de morte é de 50%”, explica.
“Como a área de cirurgia cardíaca de adultos do HD já é bem estruturada e há também uma maternidade muito ativa e uma UTI Neonatal muito bem instalada, a equipe está trabalhando para tornar o HD um hospital bem equipado para as cirurgias cardíacas em bebês”, ressalta.