Médicos conseguem manter uma mente mais sadia na aposentadoria
Estudo indica que pressões tipicas de algumas profissões trazem beneficios a longo prazoProfissões com muita pressão e exigência mental, como controladores de tráfego aéreo, médicos e analistas financeiros, tendem a ajudar a permanecer com a mente mais sadia após a aposentadoria. É o que um novo estudo da Universidade do Colorado (EUA) sugere.
De acordo com uma das autoras da pesquisa, Gwenith G. Fisher, “Um trabalho que envolve muito raciocínio, análise, resolução de problemas, criatividade, e outros processos mentais complexos está relacionado com níveis mais elevados de funcionamento cognitivo, não só antes da aposentadoria, mas após também”, resumiu, em entrevista à Reuters Health. “As características do nosso trabalho pode afetar nossa saúde e bem-estar, mesmo depois de se aposentar”, acrescentou.
Não é o primeiro estudo a sugerir uma ligação entre as demandas no trabalho e a função mental dos trabalhadores. O diferencial do trabalho da Universidade do Colorado é o foco especifico em aposentados.
O uso constante do cérebro afasta o risco de algumas doenças. Anteriormente, pesquisadores descobriram que pessoas que têm empregos que exigem muita reflexão e tomada de decisões tendem a ter uma melhor função cognitiva. Consequentemente, os trabalhadores com empregos menos mentalmente exigentes perdem habilidades de memória mais rápido.
A investigação analisou, em longo prazo, dados de participantes antigos do Health and Retirement Study (Estudo sobre Saúde e Aposentadoria), uma colaboração entre o Instituto Nacional do Envelhecimento e o Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan.
O relatório baseia-se em 4.182 adultos entre 51 e 61 anos, incluindo um grupo de trabalhadores e outro com aposentados. O período do estudo englobou 18 anos (1992 a 2010). As demandas mentais de seus postos de trabalho foram determinadas com base na análise do banco de dados Rede de Informação Ocupacional, desenvolvido pelo Departamento de Trabalho dos EUA, que avalia características de diferentes profissões.
Pessoas que trabalhavam com exigências superiores eram mais propensas a apresentar melhor memória antes da aposentadoria, além de um declínio mais lento da capacidade cognitiva, em comparação àqueles que trabalhavam em ocupações menos exigentes. Além disto, apresentavam menos probabilidade de apresentar alguma demência.