Estatísticas e Análises, Mundo | 15 de maio de 2015

Medicina Personalizada de Precisão poderia economizar bilhões de dólares

Estimativa de U$$ 607 bilhões em melhoria da saúde ao longo dos próximos 50 anos
Medicina Personalizada de Precisão poderia economizar bilhões de dólares

Novos desenvolvimentos na Medicina Personalizada de Precisão (MPP) poderia oferecer enormes ganhos não apenas na sobrevida de pacientes, mas na vida mais saudável. Porém, faltam incentivos para o desenvolvimento de tais práticas. Essa é a visão de Victor Dzau, presidente do US Institute of Medicine, defendia recentemente em um artigo publicado no periódico The Lancet.

A MPP busca um tratamento médico de acordo com as características individuais de cada paciente, como sua susceptibilidade a uma doença específica. Mas é preciso ir além de uma terapia de segmentação de indivíduos. É preciso incluir a capacidade de identificar aqueles com maior risco de desenvolver uma doença, e quais indivíduos mais se beneficiariam através das medidas de prevenção.

O artigo destaca um modelo de simulação de saúde – desenvolvido por Dana Goldman, Diretor de Políticas de Saúde e Economia da University of Southern California Schaeffer Center (Los Angeles) – para projetar o impacto das intervenções de tecnologias em MPP com potencial para melhorar a triagem e análise de pacientes com maiores riscos de desenvolver certos tipos de doenças.

O modelo projeta que a economia gerada pelas intervenções de MPP na redução da incidência de seis doenças (câncer, diabetes, doença cardíaca, pressão arterial alta, doença pulmonar e AVC) na população dos EUA fique entre 10% a 50% dos custos entre 2012 e 2060.

Uma intervenção MPP que reduza a incidência dessas seis doenças em 10% geraria US$ 96 bilhões no combate ao diabetes e US$ 70 bilhões em câncer entre pacientes a partir de 50 anos, garantindo uma sobrevida mais longa e saudável. A inovação para reduzir a incidência de doenças cardíacas em 50% geraria U$$ 607 bilhões em melhoria da saúde ao longo dos próximos 50 anos.

“Intervenções de medicina personalizada de precisão destinadas a reduzir as doenças cardíacas teriam grande benefício social, porque a doença cardíaca é muito comum e tem um efeito relativamente grande sobre a expectativa de vida”, justifica Dr. Dzau. “Outras doenças, como AVC ou doença pulmonar são muito menos prevalentes e oferecem margens menores para o aumento da sobrevida saudável”.

“Enquanto as inovações ainda são promessas, há poucos incentivos para desenvolvê-las. O reembolso no atual no sistema de saúde americano, caracterizado por pressões orçamentárias de curto prazo, desencoraja o desenvolvimento de MPP em favor de tratamentos que geram menos custos e proporcionam maiores retornos no curto prazo”, analisa Dr. Dzau.

O reembolso com base no valor de um exame, na avaliação do artigo, poderia reforçar os incentivos aos fabricantes a criar testes de diagnóstico MPP mais rapidamente. “Nos EUA, os incentivos das operadoras de planos de saúde favorecem intervenções cirúrgicas, com benefícios imediatos e períodos de retorno financeiro curtos. Mas os benefícios reais de inovações MPP se acumulam ao longo de um tempo maior, como indivíduos desfrutando de uma vida mais longa em boa saúde. Nossas previsões mostram que o desenvolvimento de um modelo que gera retornos positivos para os contribuintes individualmente poderia beneficiar a todos”, conclui.

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