Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Gestão e Qualidade | 22 de dezembro de 2016

Lucchese faz palestra na comemoração dos 15 anos da Oncologia Centenário

Cardiologista gaúcho orientou os caminhos para uma vida longa
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A vida longa depende 53% do estilo de vida, do bem-estar, do modo das pessoas encararem a vida, mas principalmente da felicidade. “Ser feliz e viver muito é uma opção pessoal. A busca da felicidade e longevidade são os únicos compromissos do ser humano. ” A declaração do cirurgião e
cardiologista dr. Fernando Lucchese é a síntese de sua palestra Coração: Modo de Usar – O Manual do Proprietário, baseada no livro de sua autoria que leva o mesmo nome.

Para uma plateia formada pelo secretário estadual da Saúde, médico João Gabbardo dos Reis; secretário estadual de transportes, médico Pedro Westphalen; médicos, enfermeiros, empresários, presidentes de entidades, políticos e comunidade, o “Doutor Coração”, como é mais conhecido, rebuscou a história da longevidade e deu esta fórmula simples durante o evento de comemoração aos 15 anos da Oncologia Centenário. Além da magnífica aula de vida, os participantes foram presenteados com seu livro, autografado por ele após a palestra.

Se a leitura de manuais permite que as pessoas aproveitem todos os recursos e tenham o correto conhecimento sobre os cuidados para o bom funcionamento dos equipamentos eletrônicos porque não aplicar esta possibilidade ao corpo humano?

Com esta percepção Lucchese decidiu escrever um manual para o coração – em 2ª edição, lançado em 29 de outubro.  “O coração é órgão feito para durar. E se não tem durado é porque perdemos o hábito de ler manuais”, argumentou.

Segundo o cardiologista, ninguém nasce com a lógica do coração, é um aprender durante a vida. “E o Rio Grande do Sul é um Estado privilegiado. Temos uma história de excelentes médicos ensinando o coração, a cardiologia para a população”, afirmou. Explicou, ainda, que o coração é um órgão especial, tanto que ao longo do tempo chamou a atenção dos poetas e foi logotipado, ganhando uma profusão de desenhos no cotidiano das pessoas. Mas na verdade, ele é um órgão de força em movimento, suscetível a pequenas coisas, como o estresse.

Inimigos

Hoje, há três epidemias:

Aterosclerose (doença que mais mata no mundo),

Depressão (será a segunda causa de mortes, sendo que hoje 2,5 milhões de receitas de antidepressivos prescritos por ano para crianças nos Estados Unidos, além de ser causa de infarto e de câncer), e

Neurose, que deixou de ser doença, tornando-se comportamento.

“Hoje são três os inimigos da longevidade: infarto, acidentes cerebrais e o câncer. Todas as três são doenças inflamatórias e inflamação é 70% responsável pelas mortes, tornando-se um fator de estudo da medicina.”

Na série histórica, a busca da longevidade teve avanços e retrocessos. Do homem das cavernas, que vivia em média 14 anos, foi preciso 80 mil anos para a sobrevida humana chegar a 32 anos, o que aconteceu em 1801. E até 1901 a média ficou em 50 anos, o que significa que no século 19 produzimos mais vida que em mais de 50 mil anos. Este prolongamento se deu devido à descoberta da importância de lavar as mãos e pelo surgimento de três vacinas (Pasteur). E no século 20 a média ficou em menos de 70 anos, “o que representa que o século da tecnologia falhou em dar quantidade de vida”.

Mas conforme o cardiologista, o século 21 tem outra conotação, pois estamos aprendendo a integrar conhecimento e vamos dar um pulo adiante. “Estamos conseguindo ler o manual”, avisou ele. Conforme dados do IBGE de 2013, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 7,3 anos, com uma média de 74,9 anos. Isso significa que houve um aumento de 4 meses por ano e de 1 ano a cada 3 anos. Mas o crescimento da expectativa de vida arrasta consigo outro fator: a convivência com a doença aumentou para 10% da vida.

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Público presente na palestra em comemoração aos 15 anos da Oncologia Centenário

 

Doenças da alma

No entanto, algumas verdades não podem ser refutadas pela medicina. “Assim como não fomos programados para a longevidade, não há tratamento para impedir o envelhecimento das nossas 35 trilhões de células que após os 65 anos acelera 125 vezes a mais que aos 35 anos. Portanto, nosso coração e o sistema vascular morrem antes do que o resto do corpo. ”

Parafraseando Platão, Lucchese diz que “o maior erro dos médicos é tentar curar o corpo sem procurar curar a alma”, admitindo que o caminho que ganha forma é o de que corpo e alma não podem ser tratados separadamente, mas no conjunto corpo, mente e espírito.

E neste novo propósito as doenças da alma têm relevância nas doenças do corpo. O trio maléfico Raiva, Inveja e Maldade, associado ao quarteto Solidão, Pessimismo, Egoísmo e Depressão, são como um perigoso detonador da vida. “Ao contrário do que se achava, não é o engolidor de sapos (indivíduo que fica remoendo tudo) que tem mais riscos de desenvolver doenças, mas os raivosos, os explosivos que têm no sangue um agente inflamatório em níveis mais altos dos que os engolidores de sapo. Este marcador alto de inflamação também é encontrado nos
infartados e nas pessoas com câncer. Estamos chegando na bioquímica das doenças da alma. ” Alertou também que a síndrome da comparação social é a nova doença deste século, pois desencadeia o fator inveja.

Mas como reverter essa bomba relógio? Atitudes simples, conforme pesquisas, mostram que pessoas solidárias, com convivência social (amigos) e com espiritualidade (muda a característica da doença) vivem mais. E se adicionar a esta receita o altruísmo, o otimismo, a barreira dos 100 anos pode ser facilmente ultrapassada. Por exemplo, um estudo realizado durante 20 anos pela dra Becca Levy, da Yale School (EUA), revelou que pessoas com imagem positiva de sua velhice viveram em média 7,5 anos a mais. “A percepção positiva dos indivíduos sobre a velhice tem mais impacto sobre a longevidade do que controlar a pressão sanguínea, o nível de colesterol, o hábito de fumar e o exercício”, revelou a pesquisa.

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Dr. Fernando Lucchese e Dr. Adalberto Broecker Neto

 

100 anos

Atualmente, existem 500 mil pessoas com mais de 100 anos no mundo. A vida longa vem sendo associada a uma receita simples: uma dieta com pouco sal e açúcar, sem produtos industrializados, exercícios físicos e principalmente baseada no alto índice de felicidade. Ao dar absolvição ao ovo, pediu para que as pessoas não façam testes com comida de pacotinhos de supermercado. Estes alimentos são um problema, porque têm subprodutos que se transformam dentro do nosso organismo, provocando doenças. Lucchese aproveitou para desmistificar alguns pontos, como o vegetarianismo não confere garantia de longevidade ao coração, assim como não se pode confiar na genética do vovô que viveu 95 anos, pois ela representa apenas 17% de chances de uma vida longa nos herdeiros. Resumindo, “para que os corações durem mais é preciso pouca cama, pouca mesa e muita sola, já dizia um provérbio catalão”, brincou Lucchese.

A Oncologia Centenário é um dos maiores centros de câncer da América Latina. O único do Vale dos Sinos a oferecer os tratamentos de Quimioterapia e Radioterapia em um só local. Com uma equipe especialmente qualificada e uma infra-estrutura de alto padrão, conta com modernos equipamentos e medicamentos desenvolvidos na atualidade para o combate ao câncer. Atende a dezenas de convênios através de uma estrutura com ampla capacidade que garante agilidade no início do atendimento, aumentando assim as possibilidades de um tratamento mais eficaz.

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