Lanternas, ”laser pointer” ou “canetas” com laser de alta potência nunca devem ser apontadas para os olhos, e principalmente, não devem ser utilizadas na presença de crianças. Esta é uma nova advertência, feita na revista JAMA Oftalmologia por médicos do Centro Médico da Universidade de Duke, na Carolina do Norte.

Um dos casos que servem de alerta é o de uma criança de nove anos que teve que ser levada à emergência depois de ter um laser manipulado por um adulto, não muito longe dela. Os médicos descobriram uma grave perda de visão bilateralmente. “A luz penetra facilmente no olho”, diz o Dr. Gilles Renard, diretor científico da Sociedade Francesa de Oftalmologia. “Absorvida pela retina pode causar a coagulação dos vasos, o que resultará em uma significativa redução na visão central, temporária ou permanente”, alerta o profissional.

A gravidade da lesão depende da potência do laser e do tempo de exposição. Em alguns países, como a França, o laser não poder ultrapassar 1 mW (categorias 1 e 2). Mesmo assim é fácil encontrar na internet modelos mais poderosos, categorias 3 e 4, normalmente reservado para uso profissional. Segundo especialistas, os mais perigosos são aqueles que emitem luz verde, com poder até 1500 mW. Projetada por alguns momentos em uma curta distância do olho, a luz verde concentrada intensifica a potência sobre a visão, podendo queimar a retina e deixar danos irreversíveis.

A criança, cujos sintomas foram apresentados na publicacão JAMA, tinha sido exposta a classe laser 4. Ela conseguiu recuperar a visão depois de dois meses. Mas, com a popularização desses objetos, inclusive com uso em estádios de futebol e shows artísticos os médicos dizem que temem um aumento das lesões oculares. O uso inadequado é denunciado regularmente por pilotos de avião, jogadores e árbitros de futebol e de outros esportes.