Kora Saúde prevê migrar todas as suas unidades hospitalares para infraestrutura de energia sustentável
Primeira unidade a passar 100% para energia solar é o Hospital AnchietaSeguindo os passos de evolução amparadas nas práticas de ESG (environmental, social and corporate governance), a Kora Saúde – maior rede hospitalar do Espírito Santo, acaba de migrar o Hospital Anchieta – localizado em Taguatinga (DF), para estrutura completa de energia solar.
No total, serão nove mil módulos fotovoltaicos de 335 Wp, para a captação de energia solar, que correspondem a uma potência instalada de 3.015 kWp, capaz de gerar aproximadamente 6132,5 MWh/ano, suficiente para abastecer o consumo de mais 1.800 residências em Brasília. Com esse sistema de geração de “energia limpa”, evita-se a emissão de 280 toneladas de CO2 no ano, o equivalente ao plantio de quase 2.000 árvores.
O contrato de fonte de energia alternativa e limpa para o estabelecimento de saúde entra em vigor ainda no primeiro trimestre deste ano. A nova modalidade tem o objetivo de contribuir com o meio ambiente e reverter a economia para melhorias na infraestrutura do hospital em prol dos pacientes e colaboradores. Para implantar o novo sistema, a rede investiu mais de R$ 400 mil.
Considerado um dos maiores e mais reconhecidos hospitais do Centro-Oeste, o Hospital Anchieta foi a mais importante aquisição da Kora Saúde no ano de 2021, pois a operação envolvia 270 leitos e receita líquida de R$ 263 milhões.
Unidades Kora Saúde já com energia limpa
Além do Hospital Anchieta, outras oito unidades da Kora Saúde já atuam no mercado livre de energia, desde 2019. São elas: Hospital Meridional Cariacica (ES), Hospital Meridional Praia da Costa (ES), Hospital São Mateus Cuiabá (MT), Hospital Meridional São Mateus (ES), Hospital Meridional Vitória (ES), Hospital Meridional São Francisco (ES), Hospital São Mateus (CE) e Hospital OTOclínica (CE).
Neste ritmo, a expectativa da Kora Saúde é que, até o final de 2023, as seis unidades restantes também estejam com o fornecimento do mercado livre de energia em vigor. Com tal iniciativa, a redução da conta de energia deve ser de até 25% em cada unidade e, ao longo dos meses, a economia total deve passar da casa dos R$ 6 milhões no acumulado.
A visão da Kora Saúde em utilizar o mercado livre de energia em suas unidades segue uma tendência global de investimentos sustentáveis, mesmo assim, a ação ainda é vista com olhar de inovação no Brasil, principalmente dentro do segmento de gestão hospitalar. Os hospitais são grandes consumidores de energia, principalmente quando as instalações representam o que há de mais moderno na assistência e suporte médico. Aparelhos de alta tecnologia, por exemplo, mesmo em stand-by, são responsáveis por consumir cerca de 70% de energia em média.
Eficiência energética hospitalar
“Falar de eficiência energética hospitalar é algo que os gestores não estão acostumados, por isso é tão ousado trabalhar em ações que trazem toda a inteligência e criatividade da engenharia para os serviços de saúde em benefício de toda população”, comenta Jefferson Luna Brito, Diretor Executivo de Engenharia e Expansão da Kora Saúde. Ele explica ainda que tal investimento favorece também as soluções aos problemas de crise hídrica e o encarecimento das taxas no consumo.
Segundo o executivo, a Kora está saindo na frente em implantar sistemas com fontes de energia limpa em hospitais. “Obter resultados significativos nos negócios, focando em impactos socioambientais positivos, é um valor central pro grupo”, destaca Jefferson. Por isso, a intenção da Kora Saúde é trabalhar com consistência dentro desse valor e buscar certificações e selos que evidenciam ainda mais a gestão hospitalar com matriz energética ambientalmente sustentável em toda sua rede.
A gestão de engenharia e expansão da Kora Saúde recebe sempre o desafio de implantar a operação de energia fotovoltaica nas novas aquisições e, por isso, até 2025, a pretensão é aumentar a atuação nesta área. Atualmente está em estudo de viabilidade técnica e financeira a formalização de uma parceria ou até mesmo uma criação de uma usina de geração de energia solar própria, para atender 100% da rede.
Saúde financeira em tempos de pandemia
A disposição de se trabalhar com a abordagem responsável também no âmbito da energia é altamente relevante no segmento de negócios da saúde em anos de crise, como aponta a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), entidade representativa dos principais hospitais privados de excelência do país, em relatório recentemente divulgado. A sustentabilidade dos hospitais durante a pandemia é motivo de preocupação, por isso ações que buscam favorecer a saúde financeira acabam refletindo igualmente na contribuição da prestação de serviço a curto ou a longo prazo.
No Brasil, parte da solução também requer melhor integração entre setores de energia e saúde dentro do país. Em plena pandemia, o apagão, em novembro de 2020, no Amapá foi um infeliz exemplo do caos e desespero que a falta de energia traz para a assistência à saúde hospitalar.
Considerando a importância estratégica da energia elétrica para o sistema de saúde, já em 2001, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Ampliação de Acesso a Fontes Alternativas de Geração e Fornecimento de Energia Elétrica para hospitais públicos ou filantrópicos, integrante do Sistema Único de Saúde. De lá pra cá setores de energia e saúde estão mais integrados para garantir que todos os hospitais tenham um gerador ou bateria para atuar em caso da falha de energia. O próximo passo, obviamente, é a migração do sistema de consumo para fontes sustentáveis, assim como a Kora Saúde está caminhando a passos largos.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a capacidade para a produção de energia solar no Brasil é imensa e a tendência é que o país se torne referência global no mercado de energia fotovoltaica em poucos anos. Em 2019, o Brasil alcançou a 16º posição no ranking mundial.
A Kora Saúde possui sete hospitais no Espírito Santo, três no Ceará, dois no Tocantins e tem presença também no Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás.