JP Morgan anuncia seis áreas que serão foco da união com a Amazon e Berkshire Hathaway na área da saúde
Parceria das três empresas foi anunciada em janeiro e visa alinhar gastos com cuidados de qualidadeUm anúncio no dia 30 de janeiro mexeu com o mundo da saúde: o acordo para a criação de empresa para a área da saúde entre as gigantes Amazon, Berkshire Hathaway e JPMorgan Chase. Na quinta-feira, 5 de abril, em carta anual aos acionistas, o CEO do JP Morgan Chase, Jamie Dimon (foto), apresentou algumas das metas para o novo empreendimento de saúde. Dimon apontou seis áreas de foco da parceria entre as empresas.
No anúncio feito em janeiro, as empresas afirmaram que a joint venture tinha como objetivo melhorar os cuidados com a saúde dos seus quase um milhão de funcionários nos Estados Unidos. Adicionalmente, busca melhorar a satisfação dos funcionários e principalmente reduzir os custos vinculados aos cuidados de saúde dos funcionários.
“As três empresas, que trazem sua escala e experiência complementar para este esforço de longo prazo, buscarão esse objetivo através de uma empresa independente, livre de incentivos e restrições lucrativas [sem fins lucrativos]”, afirmaram as empresas em nota em janeiro.
Dimon diz que a motivação está em melhorar os constantes fracassos com o sistema de saúde dos EUA, incluindo resultados ruins, alto custo administrativo e fraudes, além de uma alta porcentagem de gastos com os cuidados com pacientes crônicos.
“Embora não saibamos a correção exata para esse problema, sabemos o processo que nos ajudará a solucioná-lo”, escreveu ele. “Precisamos formar um grupo bipartidário de especialistas cujo encargo direto é consertar nosso sistema de saúde. Estou convencido de que isso pode ser feito e, se lograrmos alcance na eficiência, ele realmente melhorará os resultados e a satisfação de todos os cidadãos americanos”, enfatizou.
Seis áreas de foco
Dimon disse que a joint venture com a Amazon e a Berkshire Hathaway se concentrará em:
1 Alinhamento de incentivos em todo o sistema;
2 Estudar a quantidade de dinheiro gasto e desperdícios, administração e fraude;
3 Aproveitar dados de saúde e telemedicina para conduzir uma abordagem orientada para o consumidor;
4 Desenvolver melhores programas de bem-estar, com foco em doenças crônicas como câncer, derrame cerebral e doenças cardíacas;
5 Determinar por que medicamentos e produtos farmacêuticos caros e especializados são frequentemente ou muito utilizados ou subutilizados; e
6 Estudar os custos associados aos cuidados especiais, medicamentos e cuidados no fim da vida.
“O esforço começará muito pequeno, mas há muito a fazer e estamos otimistas”, escreveu Dimon na carta. O CEO disse que a nova empresa planeja se concentrar no uso de “alta gerência, big data, tecnologia virtual, melhor envolvimento do cliente e categorização mais apurada de grupos de pacientes”, para resolver problemas críticos. No entanto, ele alertou que pode levar anos para que seja visto um progresso notável.
O CEO da Berkshire Hathaway, Warren Buffet, falou sobre as suas expectativas em uma entrevista à emissora americana CNBC. Buffet disse estar esperançoso sobre o novo empreendimento, “mas não espera nenhum milagre em breve.” No anúncio da empresa em janeiro, Buffet se referiu aos custos de saúde como “uma tênia faminta na economia americana”.
Mais informações
Os três gigantes do mercado afirmam que a nova empresa terá como foco inicial soluções tecnológicas, que irão fornecer aos funcionários e suas famílias cuidados médicos simplificados, de alta qualidade e transparentes.
Os três presidentes-executivos – Jeff Bezos (Amazon), Warren Buffett (Berkshire) e Jamie Dimon (JP Morgan) – ressaltaram a determinação para enfrentar os custos e problemas de saúde. “Os custos inflados com saúde agem como um verme faminto sobre a economia americana [consomem cerca de 18% do PIB]. Nosso grupo não chega a esse problema com respostas. Mas nós também não o aceitamos como inevitável”, disse Buffet. “O sistema de saúde é complexo, e entramos neste desafio conscientes do grau de dificuldade”, comentou Bezos, executivo que é considerado o mais rico do mundo.
Com informações da Bloomberg e Consumer Affairs. Edição do Setor Saúde.