Johnson & Johnson anuncia demissão de 3 mil pessoas na sua divisão de dispositivos médicos
Medida foi divulgada dia 18 de janeiroA multinacional Johnson & Johnson (J&J) anunciou, dia 18 de janeiro, que demitirá três mil postos de trabalho, algo em torno de 4% e 6% da força de trabalho global em sua divisão de dispositivos médicos, ao longo dos próximos dois anos, em um esforço de reestruturação.
Segundo reportagem do portal BioPharma Dive, a empresa acredita que a medida acarretará em uma economia entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão, sendo US$ 200 milhões esperados para este ano, e o restante sendo cortado paulatinamente, até 2018.
A J&J também espera adicionar entre US$ 2 bilhões e US$ 2,4 bilhões com encargos de reestruturação, sem impostos, dentro dos próximos dois anos. As demissões resultam de unidades de desenvolvimento de produtos cardiovasculares, ortopédicos e de cirurgia. Seguem intactos os setores de diabetes, diagnósticos e oftalmologia.
Os produtos médicos constituem uma grande parte do negócio global da Johnson & Johnson, o que demonstra que a empresa perderá muita força em uma unidade importante. Um pouco menos da metade dos funcionários (do total mundial) da empresa está nessa área.
Outra reportagem, da Reuters, ressalta que os cortes da J&J a longo prazo devem render mais lucratividade. Analistas especulam que a empresa ainda está em busca de uma potencial aquisição e/ou fusão para reforçar a divisão de produtos médicos que sofrerá o corte ao longo dos próximos anos.
Não há planos imediatos de reduzir ou eliminar produtos específicos, disse o porta-voz da empresa Ernie Knewitz. “As economias nos ajudarão a desenvolver nosso negócio de dispositivos”, confirmou. “Isso pode envolver aquisições, mas também envolverá investimentos em nossos próprios programas internos”. A J&J também reiterou sua estimativa de lucro e disse que a reestruturação na unidade de dispositivos não afetará o programa de recompra de ações de US$ 10 bilhões.
“Essas ações reconhecem as necessidades de mudança do mercado global de aparelhos médicos e vai gerar mais valor para os consumidores, aumentando nossa vantagem competitiva e guiando o crescimento e a lucratividade dos nossos negócios”, comentou Gary Pruden, presidente da divisão de aparelhos médicos da empresa. As vendas de aparelhos médicos da J&J vêm caindo recentemente. No terceiro trimestre de 2015, houve recuo de 7,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.