Política | 8 de novembro de 2012

IPE reduz ainda mais o valor das glosas 2005-2009

Após reunião do Grupo Técnico, órgão estadual colocou novas dificuldades para pagar glosas descumprindo acordos
IPE reduz ainda mais o valor das glosas 2005-2009

No início de novembro, o assessor da presidência da FEHOSUL, administrador Alcides Pozzobon, participou de mais uma reunião do Grupo Técnico, vinculado ao Grupo Paritário do IPE, para conciliação das contas referentes à glosas 2005-2009. Esse foi o segundo encontro  nas últimas semanas depois que o grupo começou a se reunir novamente, após um longo período inativo.

Nesta reunião estava compromissado que o IPE iria apresentar uma proposta de portaria referente às glosas recursáveis no valor de R$ 27 milhões e os participantes fariam a primeira validação do texto. Em seguida, o mesmo documento seria encaminhado para a aprovação dos integrantes do Grupo Paritário. Porém, os técnicos do IPE que participaram do encontro não tinham minuta alguma para apresentar e agendaram uma nova reunião para tratar exclusivamente deste tema. Este novo encontro ficou marcado, em princípio, para sexta-feira, dia 9.

Outro assunto discutido no encontro foi a definição de glosas “recursáveis” e de glosas “não recursáveis”. Os técnicos do IPE  apresentaram um sumário dos R$ 45 milhões inventariados pela SRN Sintética que resultou em aproximadamente R$ 27 milhões de glosas inventariadas, passíveis de pagamento, mas com a seguinte informação frustrante: desse total, R$ 15,544 milhões são de códigos de glosas “não recursáveis”! A partir desta informação, a conclusão lógica é uma só:  o IPE Saúde somente pretende honrar, no máximo, 12 milhões de reais a título de quitação das glosas “recursáveis ” do período 2005-2009.

“Isso significa o caos. Depois de três anos de discussão e desde 2005 de espera, agora temos esta ‘novidade’. O que será que vem depois?”, desabafa Pozzobon. Para agravar a situação, imagina-se que nem todas as glosas recursáveis no valor de até R$ 12 milhões irão transformar-se em efetivo crédito aos hospitais e clínicas.

 

Para relembrar

Recentemente divulgamos a primeira notícia da retomada das reuniões do Grupo Técnico para conciliação das contas referentes às glosas 2005-2009. Na época, a “novidade” apresentada pela gestão do IPE versava sobre a existência de uma portaria que, após feita a conciliação ou inventário das contas, os 59 credores estariam aptos a recursar as glosas.

O resultado dessa primeira reunião, após um longo período sem realizá-la, era que o IPE decidiu que a negociação para o pagamento das glosas 2005-2009 seria feita com cada hospital ou clínica credora diretamente com o IPE abrindo um processo específico para cada um deles.

A FEHOSUL, contudo, em todo este novo processamento, não deixará isolados seus representados, oferecendo-se para acompanhar, passo a passo, as etapas do específico processo de cada um dos hospitais e clínicas envolvidos. Os novos passos impostos pelo IPE são:

–  Os hospitais e clínicas credoras devem elencar as notas e/ou glosas sobre o que é recursável e o que não é recursável;

–  Cada credor deverá informar qual valor de cada nota glosada que não será recursada por abrir mão, eventualmente, de seu valor (ex: notas abaixo de R$ 2,00 por sua insignificância individual);

–  Os itens remanescentes, em princípio recursáveis, serão, então, por via eletrônica, reapresentados com as justificativas;

–  Após atender todas as regras, a Diretoria do IPE vai se reservar a aplicar, ou não, a auditoria eletrônica e/ou revisão manual caso a caso.

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