Pesquisadores do UK Research Institute e da University College London Cancer Institute, ambos de Londres, descobriram um importante dado que pode ajudar na luta contra o câncer colorretal. Foram identificados três genes diretamente envolvidos no desenvolvimento da maioria dos tumores.

As células aneuplóides têm uma variação abundante, já que possuem mais do que os 46 cromossomos padrões (apresentam a partir de 47, podendo superar os 60). Enquanto algumas morrem espontaneamente, outras se tornam malignas. Tal comportamento, encontrado em 60% dos cânceres de cólon, auxiliará no desenvolvimento de medicamentos.

A instabilidade cromossômica do câncer causa um aumento na variação do número de cromossomos e de estrutura, resultando em uma heterogeneidade intratumor. Esse comportamento ocorre na maioria dos tumores sólidos.

O principal trunfo da pesquisa inglesa foi entender como se dá esse processo, que de fato já era conhecido há mais de 20 anos. “Antes da divisão celular, somente o genoma é replicado para transmitir uma cópia completa para cada nova célula. Nas aneuplóides, o processo é bloqueado ou desacelera, provocando má distribuição dos cromossomos, fissuras e defeitos no DNA”, revelou Charles Swanton, co-autor do trabalho.

Injetar nucleosídeos em células aneuplóides reduz o defeito na divisão celular. A reposição desse componente é importante na construção sadia do DNA. Infelizmente, ainda não é possível aplicar o tratamento em seres humanos vivos.

MAIS DE 30 MIL BRASILEIROS ATINGIDOS POR ANO

Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer do colorretal é o segundo tipo mais frequente no mundo e, no Brasil, o segundo entre mulheres e o terceiro entre homens, na maioria entre obesos. Estima-se que, por ano, cerca de 30 mil brasileiros são diagnosticados com o tumor.