Gestão e Qualidade | 10 de setembro de 2024

Hospital Moinhos e Hcor lançam projeto para apoiar a gestão de 7 hospitais afetados pela enchente no RS

Projeto emergencial demandado pelo Ministério da Saúde será realizado via Proadi-SUS.
Hospital Moinhos e Hcor lançam projeto para apoiar o processo de gestão de 7 hospitais afetados pela enchente o R

Foi lançado oficialmente nesta terça-feira (10) em coletiva de imprensa realizada no Hospital Moinhos de Vento, o projeto “Gestão Hospitalar RS”. Em resposta aos impactos na rede de saúde gaúcha devido às enchentes, os hospitais Moinhos de Vento e Hcor implementaram um projeto emergencial, demandado pelo Ministério da Saúde, via Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Único (Proadi-SUS), para apoiar o processo de gestão de sete instituições públicas e filantrópicas afetadas no Rio Grande do Sul. Participarão da iniciativa dois hospitais em Canoas (Hospital Universitário – HU e o Hospital de Pronto Socorro – HPSC) e cinco em Porto Alegre (Hospital Restinga e Extremo Sul – HRES, Instituto de Cardiologia, Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, Hospital Vila Nova e o Hospital de Pronto Socorro – HPS). O portal Setor Saúde esteve presente e conversou com os CEOs do Hospital Moinhos e Hcor, Mohamed Parrini e Fernando Torelly, respectivamente.

“Para nós do Hospital Moinhos de Vento é uma honra poder estar apoiando o Ministério da Saúde e o Sistema Único de Saúde neste momento de calamidade no Rio Grande do Sul. Assim que houve a calamidade a gente pensou de que forma a gente poderia ajudar. De forma estruturada, o Hcor e o Moinhos de Vento se organizaram através do Proadi-SUS para criar projetos na parte em que a gente pode colaborar e que a gente conhece, que é a gestão e a saúde”, destacou Parrini.


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Conforme o CEO do Hospital Moinhos, alguns hospitais foram atingidos na parte estrutural e física pelas enchentes, enquanto outros já vinham com dificuldades e com a calamidade a crise que existia nestes hospitais se aprofundou. A consultoria que se estenderá inicialmente por 12 meses poderá ser estendida por um período maior após este prazo.


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“O projeto tem como ação na primeira fase um diagnóstico de necessidades. Alguns hospitais têm problemas de governança, outros de gestão, outros de orçamento, outros de estrutura física relacionadas à calamidade, outros de necessidades de ordem médico assistenciais. Cada um vai ter o seu diagnóstico e depois iremos discutir com o Ministério da Saúde, com o Estado e os municípios, quais serão os investimentos necessários para apoiar a retomada, sempre com o foco no desenvolvimento do Estado e nas necessidades da população local. Espero que possamos contribuir com a ideia de planejamento de longo prazo e ajudar o País. Nós enquanto brasileiros precisamos melhorar a nossa generosidade e fraternidade de longo prazo”, defendeu Parrini.


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O Proadi-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Além de Hcor e Hospital Moinhos de Vento, a iniciativa reúne mais quatro hospitais sem fins lucrativos que igualmente são referência em qualidade médico assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Israelita Albert Einstein, e Hospital Sírio-Libanês.


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“O Proadi-SUS foi concebido a quinze anos atrás com o propósito de estabelecer uma lógica de planejamento de médio e longo prazo para o Ministério da Saúde. Questões de saúde sempre são muito agudas e todo montante de dinheiro que você coloca, normalmente são utilizados para as necessidades mais básicas e agudas da população. E grande parte da vontade das instituições de excelência que integram o Proadi-SUS é transferir know-how para os hospitais do SUS. Mas é também aprender com eles. Existem muitas experiências no Sistema Único de Saúde em que somos nós que aprendemos”, completou Parrini.

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Fernando Torelly (o segundo da direita para esquerda na foto abaixo) detalhou como se deu o movimento que resultou no projeto “Gestão Hospitalar RS”, em conversas iniciais com as secretarias municipais de Porto Alegre e Canoas e posteriormente com gestores do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde do Estado. Segundo Torelly, mais do que recursos, foi identificado que a saúde do Rio Grande do Sul precisa investir em capacidade de gestão.

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“Num primeiro momento, logo na primeira semana da catástrofe, conseguimos apoiar em um diagnóstico de materiais essenciais que os hospitais necessitavam e fomos em busca de doações. Conseguimos aparelhos de anestesia, hemodiálise, arco em C, mesas, insumos, camas e macas, entre outros. Realizamos uma campanha chamada Querência Amada em São Paulo que arrecadou 100 toneladas, fora todos estes equipamentos. Foram seis carretas que vieram para o Rio Grande do Sul. Mas a gente sabe que é a qualificação da gestão que vai dar perenidade para estes hospitais. Por isso a importância de agora trabalhar com o projeto Gestão Hospitalar RS”, comentou Torelly.

“Hoje estamos aqui com uma equipe de aproximadamente 20 profissionais altamente qualificados, de todas as áreas, das duas instituições, do Hcor e do Hospital Moinhos. O projeto permitiu montar esta equipe que vai fazer um diagnóstico emergencial das necessidades destes sete equipamentos. Após vem a etapa de um diagnóstico estruturante em profundidade, planos de ação, mentoria e treinamento de lideranças para implementar os planos de ação. Durante um ano, nós estaremos juntos com estes hospitais, formando uma rede de qualificação para apoiar eles. Mais do que resolverem o impacto da enchente, queremos que eles tenham uma gestão ainda mais qualificada”, disse Torelly.

O projeto conforme o CEO do Hcor já iniciou. “Estão ocorrendo reuniões internas para os diagnósticos emergenciais. Hoje e ontem estivemos junto com o Ministério da Saúde, com o Lucas [Gomes de Paula, Coordenador-Geral de Projetos no Ministério da Saúde] falando com as direções de quatro hospitais. O projeto já está em curso com previsão de entrega dos diagnósticos emergenciais para o final de setembro”, adicionou Torelly.

Os diagnósticos emergenciais abordarão um dimensionamento da realidade de cada instituição. “O Hospital Universitário de Canoas, por exemplo, saiu de 300 pacientes atendidos para mais de 500, tudo isto de um dia para outro e sem um planejamento mais apurado para saber o recurso necessário para que se possa fazer um bom trabalho”, detalhou Torelly.

“Um ponto muito importante para destacar é a oportunidade para estes hospitais. Cada mês terão relatórios que serão tema de análise em reuniões com a presença do Ministério da Saúde, das secretarias municipais e da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul. Ou seja, os três entes que financiam estes hospitais estarão juntos participando dos diagnósticos, acompanhando as etapas deste projeto. Este é um diferencial fundamental deste projeto. O objetivo é formar uma rede de colaboração e de conhecimento. Investir em gestão e nas pessoas para que possamos qualificar ainda mais estas instituições. Como gaúcho vivendo em São Paulo, eu creio que o Brasil se tornou mais gaúcho e o gaúcho se tornou mais brasileiro após a enchente. Este projeto “Gestão Hospitalar RS” certamente tendo sucesso, poderá se tornar um projeto para apoiar as demais instituições a nível nacional”, finalizou Torelly.

Escopo do Projeto

O objetivo geral é apoiar a gestão das instituições públicas e filantrópicas no RS por 12 meses via Proadi-SUS, com ênfase na rede de atenção à saúde, visando a implementação de um plano de ação e o desenvolvimento de projetos operacionais, táticos e estratégicos para enfrentar a crise atual.

As etapas serão:

1 – Realizar diagnósticos emergencial focado em ações que garantam o retorno ou continuidade do negócio.

2 – Diagnóstico abrangente estratégico para identificação de oportunidades e melhorias sistêmicas.

3 – Desenvolver melhorias e apoiar a implementação de um plano de ação e seus desdobramentos.

4 – Capacitar lideranças das instituições beneficiadas para a execução dos planos de ação e melhoria contínua.

5 – Apoiar a implementação e monitorar a execução das melhorias pactuadas e sua aderência.

Os diagnósticos resultarão em desdobramentos para o desenvolvimento de melhorias, incluindo capacitação, implementação e monitoramento, em 12 pilares estratégicos (frentes de trabalho), atuando internamente de maneira simultânea e sistematizada nos 7 hospitais.

Os Pilares Estratégicos (frentes de atuação)

1 – Rede de Atenção à Saúde;


2- Governança Corporativa;


3 – Econômico Financeiro;


4 – Prática Assistencial;


5 – Qualidade e Segurança do Paciente;


6 – Serviços de Apoio;


7 – Produção e Capacidade Assistencial;


8 – Recursos Humanos;


9 – Compras e Gestão de Contratos;


10 – Logística;


11 – Infraestrutura; e


12 – Tecnologia da Informação.

Estiveram presentes na cerimônia, as direções dos sete hospitais apoiados e dos hospitais Moinhos e Hcor. Também marcaram presença os secretários de saúde de Canoas, Mauro Sparta, e de Porto Alegre, Fernando Ritter. E representando o Ministério da Saúde, Lucas Gomes de Paula, Coordenador-Geral de Projetos da pasta e pela Secretaria Estadual da Saúde, a secretária adjunta, Ana Costa, além de outras autoridades e profissionais que integram o projeto. 

 



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