Tecnologia e Inovação | 21 de novembro de 2019

Hospital Moinhos de Vento inaugura Centro de Fertilidade de nível internacional

Referência na área, médico Edson Borges Júnior apresentou palestra sobre reprodução assistida
Hospital Moinhos de Vento inaugura Centro de Fertilidade de nível internacional

Mulheres que desejam engravidar mais tarde, pacientes oncológicos e casais têm na reprodução assistida um grande aliado para realizar o sonho de ter um bebê e constituir uma família. O método tem ganhado cada vez mais adeptos, crescendo a cada ano (em 2018, o Brasil registrou aumento de 18,7% nos procedimentos). Para acompanhar essa tendência, o Hospital Moinhos de Vento inaugurou nesta terça-feira (19) o seu Centro de Fertilidade. O portal Setor Saúde esteve presente na inauguração.

Instalado no quinto andar do Bloco B (rua Tiradentes, 333), o centro conta com 270 m² de área. São três consultórios, salas de exames de imagem, de cirurgia, dois boxes independentes de recuperação e três laboratórios – de reprodução assistida, de processamento de sêmen e de criopreservação. O investimento foi de R$ 5 milhões. A expectativa é realizar 20 ciclos de fertilização in vitro por mês, além do congelamento de óvulos e espermatozoides.

Os coordenadores do Centro de Fertilidade apresentaram antecipadamente o espaço aos profissionais da saúde2

Especialista destaca pioneirismo e tecnologias de ponta do Hospital Moinhos de Vento

Um dos maiores especialistas em reprodução assistida do Brasil, diretor científico do Fertility Medical Group, de São Paulo, o médico Edson Borges Júnior apresentou a palestra Fértil para sempre? Os desafios da reprodução assistida nos dias atuais. Borges, que também fundou e presidiu a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, destacou a importância do Centro de Fertilidade inaugurado junto a um hospital de excelência, como é o caso do Moinhos de Vento.

“Um Centro de Fertilidade dentro de um hospital é algo inovador no Brasil. Esse é o único Centro no mesmo espaço físico de um hospital, e isso irá facilitar o acesso e o conhecimento da população. Hoje, a reprodução assistida precisa ser realizada em maior escala. São feitos poucos ciclos em relação ao que deveria ser feito, e um hospital do porte do Moinhos de Vento, com a tecnologia, modernidade e conhecimento que possui, ajudará nisso. Então, é um marco para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. Há muitos anos, tínhamos Centros que saíram dos hospitais, mas acredito que agora a tendência será que os Centros venham para os hospitais. O Centro inaugurado está tecnologicamente perfeito”, destacou.

Inseminação artificial e fertilização in vitro são dois famosos procedimentos de reprodução assistida. De acordo com Borges, o procedimento de fertilização in vitro ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides) é o método mais realizado no país, com 40  a 45 mil ciclos anuais.

Borges enfatizou que, apesar do crescimento, ainda são feitos poucos procedimentos no Brasil – de acordo com o médico, o país realiza somente 10% dos ciclos de fertilização in vitro que deveria fazer. A questão econômica é o principal motivo, de acordo com Borges.

A tecnologia disponível no país e no Centro de Fertilidade inaugurado pelo Moinhos é equiparada com os melhores exemplos do mundo, de acordo com o médico. “Em tecnologia, estamos no mesmo nível de outros países. O casal que se trata aqui, como nesse Centro do Moinhos de Vento, terá uma tecnologia equiparada a tudo o que temos de melhor no mundo, e isso é muito interessante”, ressaltou.

O médico também apontou a informação como fator importante para o crescimento dos procedimentos no Brasil. “A informação é muito importante. Não somente para a população, mas para a comunidade médica, e o Brasil ainda falha nesse tema. Hoje, os países nórdicos são os mais avançados no tema, a Inglaterra e a Bélgica estão muito bem também.  Quem se destaca no tema são países que possuem maiores informações sobre o tema”, explicou.

Entretanto, o médico também apontou a característica de decréscimo populacional como determinante para o número destacado de reprodução assistida nesses países. “É importante destacar que, nesses países, existe um decréscimo populacional, então a fertilização in vitro é feita até por uma necessidade. Já no Brasil temos menos de dois filhos por casal. Há 30 anos, eram cinco filhos por casal, o que já demonstra uma mudança significativa do país”, completou.

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A coordenação do Centro de Fertilidade

Os coordenadores do novo Centro de Fertilidade do Moinhos, os ginecologistas Eduardo Pandolfi Passos e Isabel Cristina Amaral de Almeida, também destacaram a relevância do espaço inaugurado pela instituição. A integração de atendimento com pacientes oncológicos foi um dos pontos destacados pelos coordenadores.

“O Hospital, cada vez mais, completa a linha de cuidados em saúde. E atuar na área de infertilidade também significa dar suporte para pacientes com câncer e pacientes que querem preservar a sua fertilidade, que são os três pilares do Centro de Fertilidade: infertilidade, postergação da maternidade e pacientes oncológicos, que tem a oportunidade de preservar os seus óvulos”, destacou Passos.

A Dra Isabel salientou que a tecnologia e a segurança oferecidas no Centro de Fertilidade são diferenciais no procedimento. “O Centro de Fertilidade está equipado com um sistema de tecnologia bastante avançado, um sistema de monitoramento do material criopreservado de alta qualidade. O material criopreservado pode ficar preservado por tempo indeterminado, mas, para que ele se conserve, é necessário todo um cuidado com esse material, no sentido de controle e preservação em condições ideais. O sistema de monitoramento que o Hospital fornece é de 24 horas por dia, nos sete dias da semana, com vários dispositivos de alarme, que traz muito mais segurança para o paciente, além da perenidade por estar dentro de uma instituição com mais de 90 anos de história. Então, é muito seguro para o paciente guardar o seu material dentro desta estrutura. Não existe nenhum outro hospital que tenha um banco de gametas e embriões nesse nível”, enfatizou.

 Pacientes oncológicos

Os avanços da oncologia são determinantes para o aumento de reproduções assistidas observados nos últimos anos. “Creio que, nos últimos tempos, o que mais está crescendo em reprodução assistida é o tratamento com os pacientes oncológicos, porque cada vez mais os pacientes estão sendo informados que os tratamentos podem levar à infertilidade transitória ou permanente. Também porque, com os avanços na oncologia, com índices de cura muito altos, possibilita que o paciente tenha perspectiva de projetar a sua vida e incluir a formação de uma família, enquanto no passado um diagnóstico de câncer praticamente significava um diagnóstico de morte, hoje não.”, frisou Isabel.

“Do ponto de vista oncológico, é importante ressaltar a ideia de uma orientação assistencial onde os pacientes oncológicos vão ser informados e terão, no máximo em 48 horas, a possibilidade de consultar no Centro, para que possamos preservar os gametas de uma maneira mais rápida, antes de iniciar o tratamento de quimioterapia. Esse é um movimento extremamente importante que o Hospital Moinhos de Vento está propiciando para os seus pacientes”, explicou Passos.

O médico afirmou que o Hospital Moinhos de Ventos será o primeiro hospital que em seu protocolo assistencial informará aos pacientes oncológicos em atendimento sobre a possibilidade de congelar óvulos na própria instituição. “Isso é um grande diferencial”, disse.

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Maternidade tardia é uma nova realidade

O aumento da demanda de mulheres por maternidade tardia também foi comentado pela coordenadora. “O congelamento de óvulos para uso futuro se coloca como uma alternativa muito importante para essas mulheres que desejam postergar a maternidade para uma idade mais avançada”, afirmou. Passos também ressaltou que, atualmente, o uso de medicação para retirar os óvulos pode ser feito independente da fase do ciclo menstrual, o que facilita e agiliza o atendimento das mulheres que desejam realizar o procedimento.

Segundo o Hospital Moinhos de Vento, a média de idade das mães é de 34 anos. Um terço delas passou por algum processo de fertilização ou reprodução assistida.

 “Atualmente, o congelamento de óvulos corresponde por 30% da procura pelos serviços de reprodução assistida. As mulheres estão vivendo mais, com qualidade, mas isso não acontece no ovário. Por isso, para quem deseja ser mãe mais tarde, a orientação é que congelem os óvulos antes dos 35 anos, para que não percam a qualidade”, explica a coordenadora técnica do Centro de Fertilidade, Isabel Cristina Amaral de Almeida.

Parrini: “Centro do nível das melhores clínicas de fertilidade do mundo”

O superintendente executivo da instituição, Mohamed Parrini, ressaltou a novidade como mais um grande avanço do hospital, que busca ser referência nacional e internacional em todos os seus serviços. “Estamos aqui em nome de uma cidade, um estado mais protagonista. E este é um centro do nível das melhores clínicas de fertilidade do mundo”, destacou. Ele afirmou que o Centro reunirá grandes profissionais da área de reprodução assistida, aliados a uma estrutura de alta qualidade e equipamentos com tecnologia de ponta.

Superintendente Executivo, Mohamed Parrini; Presidente do Conselho de Administração, Eduardo Bier; Superintendente Médico, Luiz Nasi e os coordenadores do Centro de Fertilidade, Isabel Cristina Amaral de Almeida e Eduardo Pandolfi Passos

Superintendente Executivo, Mohamed Parrini; Presidente do Conselho de Administração, Eduardo Bier; Superintendente Médico, Luiz Nasi e os coordenadores do Centro de Fertilidade, Isabel Cristina Amaral de Almeida e Eduardo Pandolfi Passos

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O presidente do Conselho de Administração, Eduardo Bier, salientou que ações como essa demonstram porque a instituição foi reconhecida recentemente como o terceiro melhor hospital do Brasil e o 11º da América Latina. “Esse serviço é mais uma grande conquista que celebramos em 2019”, comemorou.

O Superintendente Médico, Luiz Antonio Nasi, também falou sobre os avanços conquistados pelo hospital este ano. “Estamos entregando um serviço com a marca daquilo que nos diferencia: a assistência integral ao paciente, tendo o indivíduo como centro de tudo o que fazemos”, afirmou. Segundo ele, no caso da reprodução assistida, a instituição trabalha “numa demanda da sociedade contemporânea, na perspectiva de construir novas famílias, novos núcleos afetivos, independentemente de suas escolhas”.

 Com informações Hospital Moinhos de Vento. Edição e entrevistas Setor Saúde. Crédito das fotos: Leonardo Lenskij

 

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