Hospital Moinhos de Vento e Hcor apresentam diagnóstico de projeto em apoio emergencial à gestão de hospitais gaúchos
Iniciativa atende sete instituições públicas e filantrópicas de saúde afetadas pelas enchentes.
O Hospital Moinhos de Vento (RS) e Hcor (SP) divulgaram, nesta segunda-feira (9), um diagnóstico das primeiras medidas que devem ser implementadas como resultado da primeira etapa do projeto “Apoio Emergencial à Gestão de Hospitais no Rio Grande do Sul”. Demandado pelo Ministério da Saúde (MS) por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), a iniciativa busca apoiar a gestão de sete instituições públicas e filantrópicas afetadas pelas enchentes que atingiram o estado.
O evento, realizado no auditório do Hospital Moinhos de Vento, reuniu gestores das instituições participantes, que receberam relatórios contendo diagnósticos emergenciais e situacionais, recomendações e um programa de capacitação a ser implementado. Iniciado em setembro, o projeto teve investimento de R$ 10 milhões pelo Ministério da Saúde, contando com o envolvimento de mais de 20 especialistas dos hospitais Moinhos de Vento e Hcor.
Para o superintendente de Responsabilidade e Gestão de Riscos do Hospital Moinhos de Vento, Admilson Reis, a iniciativa reforça a colaboração entre instituições de excelência e representa um marco na gestão hospitalar. “Desde o início das enchentes, os seis hospitais de excelência do Brasil, em parceria com o Proadi-SUS, se disponibilizaram para apoiar essas sete instituições hospitalares do Rio Grande do Sul. Mobilizamos rapidamente uma equipe altamente qualificada e conseguimos desenvolver este projeto em tempo recorde”, destacou.
As equipes dedicaram cerca de 7 mil horas de trabalho ao projeto, que abrange sete hospitais de Canoas – Hospital Universitário e Hospital de Pronto Socorro – e de Porto Alegre – Hospital Presidente Vargas, Hospital Vila Nova, Hospital Restinga e Extremo Sul e Hospital de Pronto Socorro. Ao longo de 203 reuniões, foram analisados 3.175 itens, resultando na identificação de 2.750 oportunidades de melhoria, 698 recomendações e desenvolvimento de 48 capacitações. Além das recomendações estratégicas, táticas e operacionais, foi oferecido um plano de capacitação robusto, com quase 50 horas de treinamento, para alinhar equipes e promover a gestão do conhecimento.
O projeto foi estruturado em 12 pilares estratégicos: Rede de Atenção à Saúde; Governança corporativa; Econômico-financeiro; Prática assistencial; Qualidade e segurança; Serviços de apoio; Produção e capacidade assistencial; Recursos humanos; Compras e gestão de contratos; Logística; Infraestrutura e Tecnologia da Informação.
Para Admilson, os resultados possuem a capacidade de serem replicados em outros hospitais brasileiros. “Os aprendizados podem ser ampliados para outras instituições em condições similares. Essa ideia, inclusive, já está sendo avaliada para a criação de uma plataforma piloto que poderá auxiliar na realização de diagnósticos e de tratativas emergenciais em hospitais de todo o país”, explicou.
A gerente executiva de Responsabilidade Social da Associação Beneficente Síria Hcor, Joslene Menezes Rodrigues, reforçou a importância do papel de todos os envolvidos — especialistas, administradores e colaboradores. “Desde o início, deixamos claro que esse projeto não poderia ser mais um diagnóstico que fica no papel. Nosso objetivo sempre foi garantir que os resultados se traduzissem em ações concretas. Esse é um projeto para as equipes hospitalares que estão no dia a dia, cuidando dos pacientes. Nosso papel é criar as condições para que eles possam avançar e entregar o melhor atendimento possível”, salientou.
Próximos passos
A partir da apresentação dos resultados, inicia-se a segunda fase do projeto, que envolve a promoção de reuniões operacionais focais, a implementação das recomendações e a programação de agendas para o calendário de capacitações em 2025. A implementação dos resultados já inicia neste mês de dezembro. Já as capacitações serão realizadas entre janeiro e março. A entrega do relatório final está prevista para julho de 2025.
O consultor técnico da Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Fernando Henrique Martins Silva, sublinhou o impacto do projeto. “Com a conclusão da fase de diagnóstico, entramos agora na etapa de implementação. Essa é uma oportunidade única para as instituições hospitalares avançarem de forma estruturada”, disse.
A secretária adjunta da Saúde do Rio Grande do Sul, Ana Costa, exalta a relevância da iniciativa. “Os hospitais de Porto Alegre e Canoas têm um grande impacto, atendendo a diversos municípios como referência. Qualquer fragilidade nessas instituições afeta não apenas a região Metropolitana, mas toda a rede estadual de saúde. É muito importante o engajamento dos nossos líderes e suas equipes nesse processo de implementação das recomendações. Essa é uma oportunidade única para alcançarmos resultados de excelência, que farão a diferença para toda a população gaúcha”, ressaltou.
O evento contou com a presença dos secretários municipais de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, e de Canoas, Mauro Sparta, além dos representantes das instituições beneficiadas pela iniciativa.
Proadi-SUS
O Proadi-SUS foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
Os recursos do Proadi-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do Proadi-SUS, destacam-se a redução de filas de espera, qualificação de profissionais, pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira, gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse o portal Proadi-SUS.