Hospital Conceição investe em moderno Laboratório de Tuberculose
Previsão de inauguração para o início do segundo semestreO Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) vai inaugurar em breve um moderno Laboratório de Tuberculose. O local terá nível 3 de segurança biológica (NB-3), classificação para trabalhar com microorganismos de maior risco como o bacilo da tuberculose.
O novo laboratório possui três ambientes distintos (Câmara de Acesso com vestiário e WC, Antecâmara e Sala Principal), todos eles com portas de biossegurança com intertravamento eletromagnético e pneumático. A inauguração está prevista para o início do segundo semestre.
No dia 18 de abril, a diretora superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Adriana Denise Acker, acompanhada do diretor técnico do GHC, Mauro Sparta, e do chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Breno Riegel Santos, realizaram uma visita ao novo Laboratório de Tuberculose. “O trabalho da equipe do Laboratório de Tuberculose qualificará o tratamento dos pacientes e aprofundará a base de pesquisa científica, no sentido de minimizar a doença que está recrudescendo em nosso país”, declarou o diretor técnico do GHC, Mauro Sparta.
O acompanhamento dos diretores e do médico para conhecer a obra foi orientado pelo engenheiro da Gerência de Engenharia e Patrimônio (GENP/GHC), Aramis Malinski Argenta, que explicou em detalhes como foi a execução do projeto elaborado pelos profissionais da GENP.
O Laboratório de Tuberculose irá trabalhar com pressão negativa nos três ambientes, para proteção dos funcionários que trabalharão no local, eliminando os riscos biológicos de contaminação com a área externa e demais áreas. “O espaço terá climatização e exaustão dedicadas, com redundância de equipamentos para maior confiabilidade e operacionalidade de todo o sistema. Os equipamentos de climatização e exaustão terão filtros HEPA, para máxima proteção respiratória para os funcionários”, informa o GHC.
Além disso, todos os equipamentos terão um nível de automação e controle extremamente rigorosos, com monitoramento e alarmes de todos os parâmetros de pressão e temperatura dos ambientes. A Sala Principal possui ainda uma porta com saída de Emergência para evacuação dos funcionários em caso de necessidade.
No interior do Laboratório de Tuberculose no HNSC, estão instaladas duas cabines de segurança biológica classe IIB2, que também terão duas estufas, um corador de lâminas, uma autoclave e centrífugas. Todo o acesso ao laboratório será restrito e controlado. No local, somente terão acesso funcionários previamente designados para trabalho na área.
“Vamos buscar a certificação ISO classe 8 ou 7, após a entrada em atividade do novo laboratório. Os recursos captados que ultrapassam os R$ 736 mil utilizados para construção do moderno Laboratório de Tuberculose, são oriundos das fontes financiadoras de pesquisas internacionais”, salientou o infectologista do HNSC, Breno Riegel Santos.
Porto Alegre tem a maior incidência de tuberculose entre todas capitais
Conforme dados recentes do Ministério da Saúde, divulgados em 2014, Porto Alegre registra o maior índice de casos de tuberculose entre as capitais. São 99,3 casos por 100 mil habitantes. A taxa de mortalidade é de 4,5 casos por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de Cuiabá, com 5,6 casos. O Rio Grande do Sul também apresenta números altos. Segundo o mesmo relatório, o estado também possui índices maiores que os da média nacional. São 39,2 casos de incidência, contra 30,9 e 2,3 de taxa de mortalidade contra e 2,2 do Brasil.
Nível de Biossegurança 3 (NB-3)
O laboratório de nível de Biossegurança 3, ou de contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo risco para a comunidade. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção, onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação. A equipe profissional deve possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos, potencialmente letais, devendo ser supervisionados por profissional altamente capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes.
Esse nível de contenção exige a intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de segurança, além da existência obrigatória de dispositivos de segurança e do uso, igualmente obrigatório, de cabine de segurança biológica. Os trabalhadores devem usar roupas de proteção específicas para esta área e equipamentos de proteção individual.