A Notre Dame Intermédica informou na quarta-feira que sua unidade Clinipam acertou a compra do Hospital do Coração de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, pelo valor de 65,7 milhões de reais. Segundo informações do site do Hospital do Coração, a instituição possui uma estrutura alta complexidade, com 3,6 mil m² de área construída e uma equipe multidisciplinar que ultrapassa 300 funcionários.

Em fato relevante, a Notre Dame informa que o Hospital possui 58 leitos, sendo 10 de UTI, além de duas salas cirúrgicas, oito consultórios de pronto-socorro, unidade de hemodinâmica, ala oncológica e laboratório de análises clínicas.

O pagamento da compra de 99% do negócio foi feito à vista, descontados o endividamento líquido e uma parcela retida para contingências. Em 2019, o Hospital do Coração de Camboriú teve receita líquida de 42,5 milhões de reais. A aquisição inclui  imóvel, equivalente a aproximadamente R$ 1,1 milhão por leito.

A Notre Dame afirmou que o plano de integração prevê sinergias operacionais e administrativas com as operações da Clinipam no Vale do Itajaí, que tem um centro clínico e mais de 12 mil vidas na área de influência do Hospital do Coração.

O Grupo diz que a consumação da Transação não está sujeita à aprovação prévia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e nem do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). E completa: “Com a conclusão da Transação, a Companhia demonstra a intenção em manter sua estratégia de crescimento no sul do país sob o modelo de operação verticalizada, reforçando seu compromisso com a criação de valor para seus acionistas, clientes e sociedade.”

Oportunidade para compradores

A NotreDame Intermédica está aproveitando a grave crise que assola hospitais de pequeno e médio porte para acelerar processos de fusões e aquisições. Em virtude do adiamento das cirurgias eletivas, muitas instituições tiveram o agravamento da sua condição financeira. No mês passado, Irlau Machado Filho, presidente do Grupo NotreDame Intermédica, disse que mirava 10 hospitais no Sul do país. Ao jornal Valor, Irlau explicou ainda que é esperado que ocorra uma migração de clientes de planos mais caros para opções mais baratas, em virtude do desemprego e da crise econômica em todos os setores.

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