Grupo Fleury estuda o uso de IA para otimizar mamografias
Adoção de IA em diagnósticos por imagem ajuda radiologistas na detecção de possíveis anomalias, reduzindo o risco de erros, com base em mapas de calor (heatmaps) que destacam áreas suspeitas e aumentam a precisão no diagnóstico do câncer de mama.O uso de tecnologia vem contribuindo cada vez mais para a área de diagnóstico por imagem, trazendo avanços significativos para o setor de Saúde. Buscando melhorar a precisão e eficiência dos diagnósticos médicos, o Grupo Fleury, que no Rio Grande do Sul detém as marcas Weinmann e Serdil, se prepara para incorporar a Inteligência Artificial (IA) na análise de mamografias para a detecção precoce do câncer de mama, uma doença que afeta cerca de 60 mil brasileiras por ano no Brasil.
Neste ano, o Grupo Fleury conduziu uma análise detalhada de diversas ferramentas de IA disponíveis no mercado – o estudo será apresentado no Radiological Society of North America (RSNA), que acontecerá de 1 a 5 de dezembro de 2024, em Chicago (EUA). Três ferramentas comerciais de IA foram testadas e os pesquisadores exploraram a combinação de diferentes recursos atuando juntos. A pesquisa utilizou um banco de dados com 1.511 mamografias anônimas, sendo 565 de casos confirmados de câncer de mama por biópsia e 946 de casos sem a doença. O resultado foi bastante promissor, concluindo que as combinações das IAs aumentaram a precisão da detecção, atingindo taxas de acurácia acima de 90%.
“Um ponto interessante do estudo foi observar as particularidades de cada ferramenta. Embora todas tenham apresentado bom desempenho, foi possível identificar nuances, como o tipo de caso em que cada uma tende a cometer erros. O que reforça que, mesmo com o uso da IA, a avaliação cuidadosa do radiologista é primordial”, explica o Dr. Bruno Aragão, radiologista e coordenador médico de Inovação do Grupo Fleury.
As ferramentas testadas pelo Grupo Fleury utilizam algoritmos de deep learning para identificar e classificar áreas suspeitas de câncer de mama em mamografias digitais. Os programas oferecem uma análise detalhada das imagens, estimando a probabilidade de lesões malignas com base em uma pontuação quantitativa, possibilitando que radiologistas concentrem sua atenção nos casos mais críticos e agilizem o fluxo de trabalho.
O estudo concluiu que o uso da IA em mamografias pode trazer benefícios claros, como maior segurança e eficiência no diagnóstico do câncer de mama, mas sua implementação deve sempre ser feita sob rigorosa supervisão humana. “Mesmo tendo liberação pelos órgãos regulatórios, é fundamental que cada hospital ou serviço de diagnóstico realize testes cuidadosos com essas ferramentas de IA utilizando seus próprios dados antes da implementação na rotina. Isso garante que a ferramenta escolhida seja eficaz e adequada à realidade de cada instituição. Além disso, é importante que os profissionais de saúde sejam bem treinados para compreender as vantagens dessas tecnologias e que estejam cientes de suas limitações, pois, em última análise, a decisão final sobre o diagnóstico sempre é do profissional médico. As tecnologias atuais servem como ferramentas de apoio. A expertise, julgamento clínico e empatia humana dos médicos continuam sendo insubstituíveis”, ressalta o médico.
Após a apresentação dos resultados no RSNA 2024, a expectativa é que o Grupo Fleury expanda o uso dessas ferramentas a partir de 2025, com foco no aumento da qualidade do cuidado e agilidade na detecção da doença. “A inovação em diagnósticos não é apenas sobre introduzir novas ferramentas tecnológicas, mas também aprimorar a medicina preventiva, salvando vidas por meio de diagnósticos mais rápidos e seguros”, conclui o Dr. Aragão.
Importância da mamografia
Em alusão ao Outubro Rosa, o Grupo Fleury reforça a importância da conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama por meio da mamografia, uma das ferramentas mais eficazes para a detecção antecipada da doença.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de pele. Em 2024, são estimados 73 mil novos casos, correspondendo a um risco de 66,54 casos para cada 100 mil mulheres, reforçando a relevância da prevenção e diagnóstico precoce para a redução da mortalidade.
“É de extrema importância que a mamografia seja feita anualmente a partir dos 40 anos por todas as mulheres com ou sem fatores de risco, com o objetivo de identificar tumores não palpáveis em estágios iniciais e acompanhar eventuais mudanças clínicas ao longo do tempo. Mulheres com risco elevado de câncer de mama necessitam de um rastreamento personalizado, sempre orientado por um médico especialista. Além disso, é importante que a população masculina também fique atenta a qualquer alteração mamária, mesmo que o câncer de mama seja uma condição rara em homens”, destaca a médica radiologista de Diagnóstico por Imagem do Fleury Medicina e Saúde, Dra. Giselle Guedes Netto de Mello.