Mundo | 5 de maio de 2014

Grã-Bretanha realiza maior projeto de rastreamento de doenças

UK Biobank digitaliza e armazena imagens de órgãos vitais e DNA
Grã-Bretanha realiza maior projeto de rastreamento de doenças

Centenas de milhares de britânicos estão sendo convidados a realizar exames de imagem do cérebro, coração e outros órgãos vitais, como parte do maior projeto de digitalização do mundo. Os voluntários farão parte do UK Biobank, que conterá dados como o DNA e informações detalhadas de saúde.

Os exames serão comparados e cruzados com outros dados. O objetivo é melhorar o diagnóstico e tratamento de uma grande variedade de doenças. “Estamos tentando entender por que uma pessoa apresenta uma doença e outra não”, explica Rory Collins, diretor do biobanco britânico, ao site da BBC.

Atualmente, cerca de 500 mil adultos com idade entre 40 e 69 anos estão registrados. Quando inscritos, os participantes recolhem amostras de sangue e urina, realizam testes aeróbicos, cognitivos e respondem perguntas detalhadas de estilo de vida. Um em cada cinco participantes será convidado a passar por uma bateria de exames, incluindo ressonância magnética, raio-X e ultrassom.

“O UK Biobank é um exemplo notável de altruísmo. Os participantes não se envolvem por uma questão pessoal, mas para melhorar a saúde das gerações futuras”, completa o Dr. Collins. O projeto de digitalização não é uma checagem da saúde da população, e tampouco será dado um feedback aos participantes. Eles não verão os seus exames, que ficarão armazenados de forma anônima. No entanto, se uma anomalia potencialmente grave é descoberta, os pesquisadores irão escrever para o voluntário e entrar em contato com o médico da família. O UK Biobank espera encontrar problemas potencialmente sérios em 10% a15% dos voluntários.

Com a grande base de dados, diagnósticos precoces de doenças como o câncer poderão ser feitos com antecedência e melhor tratados. Nenhum dos testes é desagradável ou invasivo. Para aqueles que têm receio em relação a ressonância magnética, as máquinas utilizadas possuem uma abertura maior do que os scanners convencionais, reduzindo qualquer sensação de claustrofobia. Espera-se que a imagem do cérebro possa fornecer pistas sobre as causas de demência e ajudar a melhorar o diagnóstico precoce.

O banco de dados estará à disposição de pesquisadores de todo o mundo. A comparação da informação genética com as imagens estruturais do corpo dará aos cientistas uma enorme quantidade de informações, que pode ser considerado o maior banco de dados humanos do mundo. Tudo ganhará, gradualmente, importância à medida em que novas pesquisas serão desenvolvidas.

O projeto de digitalização será inicialmente limitada aos participantes que vivem na área de Manchester, que podem visitar as instalações em Stockport. Depois de uma fase-piloto, mais instalações de digitalização serão abertas em todo o Reino Unido, e o projeto deverá estar concluído em cerca de cinco anos.

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