Gestão e Qualidade | 26 de março de 2025

Glosas: hospitais apelam por mudanças na relação com as operadoras

Segundo estudo da Anahp um total de R$ 5,8 bilhões em serviços prestados pelos hospitais tiveram seu pagamento retido pelas operadoras através de glosas ao longo do ano de 2024, o que significa um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao ano de 2023.
Glosas hospitais apelam por mudanças na relação com as operadoras

Levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) identificou um total de R$ 5,8 bilhões em serviços prestados pelos hospitais que, ao longo do ano de 2024, tiveram seu pagamento retido pelas operadoras através de glosas – o que representa 15,89% do valor que deveriam receber das operadoras em 2024, um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao ano de 2023.


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Os números integram uma pesquisa inédita realizada pela Associação, com 85 hospitais associados, entre os dias 21 de janeiro e 28 de fevereiro. O material também apontou que, após a análise destes pagamentos suspensos, somente 1,96% das contas glosadas eram realmente justificadas e foram mantidas.


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Os hospitais que participaram da pesquisa também indicaram que, no ano passado, houve um saldo de provisão de devedores de R$ 1,8 bilhão, valor bem acima do reportado em 2023, R$ 1,4 bilhão.

Diante deste cenário, 41,7% dos hospitais, ao longo de 2024, tiveram de realizar investimentos menores que o planejado, o que acaba por prejudicar aos pacientes e às próprias operadoras, seja pela redução de leitos ou pela desatualização de infraestrutura e equipamentos.


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“Somos, pela estrutura do sistema, 80% dependentes do que é repassado pelas operadoras para pagamento dos serviços que prestamos aos clientes dos planos e, por isso, necessitamos de operadoras fortes e financeiramente saudáveis. Os hospitais são o único local do setor de saúde onde estão diretamente presentes todos os seus segmentos: fornecedores, planos de saúde, profissionais de saúde e, claro, os pacientes. Por isso, diante destes números e cenário, é urgente promover mudanças na relação com as operadoras”, afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

O executivo reforça que a Anahp celebrou os resultados positivos divulgados pela ANS, que apontaram o melhor resultado das operadoras nos últimos cinco anos, mas reforça que essa melhora precisa atingir todos os setores. “É legítimo o direito de glosar contas em busca de explicações sobre a correção dos procedimentos executados, mas nos últimos três anos criou-se uma rotina que impacta de modo negativo toda a cadeia, a glosa tornou-se uma ferramenta para reter recursos dos hospitais e das empresas de medicina diagnóstica e isto acaba refletindo nos fornecedores. Temos dificuldades para explicar aos hospitais como a glosa aumentou ano passado quando melhoraram os resultados das operadoras”, concluiu.

Com informações Anahp. Edição SS.

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