O glaucoma, principal causa de cegueira no mundo, não tem sintomas em seus estágios iniciais, o que a faz ser conhecido como “ladrão silencioso da visão”. Não há cura para a doença, apenas para a sua progressão, mas o dano não é recuperado.

Complexa e multifatorial, a patologia tem como principal fator de risco o dano do nervo óptico que, quando detectado, já está em estágio avançado. Hipertensão ocular, idade maior que 40 anos, histórico familiar e miopia grave são outros sinais de risco para o glaucoma, que afeta 60 milhões de pessoas no mundo.

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) alerta para a demora na busca por tratamento. Cerca de 80% das pessoas que têm a doença só procuram um oftalmologista após sentirem alterações graves, como perda de visão, olhos vermelhos, desconforto e embaçamento.

Para o estudo, foram entrevistados 100 portadores de glaucoma, com a maioria tendo procurado ajuda de forma tardia. Do total, 69% tiveram a capacidade de leitura significativamente reduzida, 65% consideraram a adaptação à mudança de ambientes claros para escuros (e vice-versa) como a maior dificuldade e 50% admitiram que caminhar passou a ser muito difícil.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), registra 2,4 milhões novos casos de glaucoma anualmente, totalizando cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, dados sugerem que cerca de 580 mil pacientes ficaram totalmente cegos por esse mal. Dados do Ibope mostram que um terço das pessoas com mais de 16 anos jamais visitou um oftalmologista e um milhão (2% da população) acima de 40 anos têm a doença. Embora não existam estatísticas oficiais, estima-se que o glaucoma atinge um total 4 milhões de brasileiros.

A única maneira de diagnóstico é fazer exame de pressão ocular e, caso haja alteração, um exame mais completo (campo visual). O Glaucoma é uma doença hereditária progressiva causada pelo aumento da pressão intraocular, que acaba lesionando o nervo óptico. Em 80% dos casos, se não for tratado, pode evoluir para perda total da visão.