Fornecimento de bens para o setor de saúde no Brasil pode ser afetado por causa do novo coronavírus
Coronavírus matou mais pessoas em duas semanas do que o SARS em oito mesesDe acordo com o jornal Folha de São Paulo, os segmentos que possuem alguma dependência de insumos chineses no setor de saúde no Brasil acenderam o sinal de alerta após a declaração da Organização Nacional da Saúde (OMS) de emergência internacional pelo novo coronavírus (2019-nCoV) na quinta-feira (30).
Além de uma pressão já perceptível sobre os preços de itens de consumo como luvas e máscaras, a indústria farmacêutica fala em preocupação com a capacidade de embarque e até em risco de contaminação de tipos específicos de matéria prima.
A ordem ainda é evitar pânico, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (entidade do setor) porque há segurança de estoques altos, mas é preciso estar atento a quanto tempo a crise vai durar. “As luzes amarelas estão piscando, mas as empresas têm estoque. Não deve haver desabastecimento”, diz. Entre outros alvos de atenção, Mussolini cita preocupação com a contaminação de produtos biológicos importados da China.
Coronavírus matou mais pessoas em duas semanas do que o SARS em oito meses
Nas últimas duas semanas, o novo coronavírus já foi mais letal na China (excluindo Hog Kong e Macau) do que oito meses da epidemia da Síndrome Aguda Respiratória Grave (SARS, no acrônimo em inglês), ocorrida entre 2002 e 2003. Enquanto a SARS causou 349 mortes naquele período, o novo coronavírus já causou 362 mortes.
Números do novo coronavírus
Até a publicação desta matéria, já estavam registrados 17.491 casos e 362 mortes pela doença (361 ocorreram na China, além de uma morte nas Filipinas). Somente na China, são 17.308 casos confirmados.
O novo coronavírus também está confirmado nos seguintes países: Japão (20 casos); Tailândia (19); Singapura (18); Hong Kong (15); Coréia do Sul (15); Austrália (12); Estados Unidos (11); Taiwan (10); Alemanha (10); Malásia (8); Macau (8); França (6); Vietnã (6); Emirados Árabes Unidos (5); Canadá (4); Itália (2); Rússia (2); Filipinas (2); Índia (2); Reino Unido (2); Camboja (1); Nepal (1); Sri Lanka (1); Finlândia (1); Espanha (1); e Suécia (1).
Para acompanhar em tempo real os números confirmados pelo mundo, o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins (EUA) desenvolveu um site de monitoramento da propagação do coronavírus em todos os países do mundo. O site apresenta um gráfico com dados em tempo real, tendo como fonte os números fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e de centros de controle da doença de diferentes países.
Empresa libera a disponibilização de informações baseadas em evidências de forma gratuita
A empresa de saúde Wolters Kluwer Health liberou o acesso online gratuito às informações baseadas em evidências disponíveis sobre o vírus vindo da China em seu recurso de suporte à decisão clínica, o UpToDate. “Trata-se de um recurso de apoio à decisão clínica baseado em evidências, de autoria e revisado exclusivamente por médicos reconhecidos em suas especialidades, e que pode ser acessado de qualquer lugar: dispositivo móvel ou online. Mais de 6.700 especialistas clínicos continuamente mantêm e publicam atualizações sobre mais de 25 especialidade e trazem mais de 11 mil tópicos clínicos, e o coronavírus é um deles. Para ter acesso às informações e recomendações do vírus basta acessar o link”, informa a Wolters Kluwer Health.
Brasil: 14 casos suspeitos
O Ministério da Saúde atualizou os dados sobre o novo coronavírus no Brasil, em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira, 3 de fevereiro. De acordo com a pasta, o país registra 14 casos suspeitos, sem nenhuma confirmação da doença.
Os casos suspeitos estão nos estados de São Paulo (7 casos); Rio Grande do Sul (4); Rio de Janeiro (1); Santa Catarina (2).
O Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas apenas em casos de extrema necessidade.
Novo coronavírus
O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros coronavírus foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde.
A variação que está infectando diversas pessoas na China e em outros 12 países é conhecida tecnicamente como 2019-nCoV. Os primeiros casos foram registrados na cidade de Wuhan.
A primeira morte pela doença foi confirmada no início de janeiro.
Ainda não se sabe como se deu a primeira transmissão para humanos, mas a suspeita é que foi por algum animal silvestre – uma pesquisa de cientistas chineses diz que a hipótese mais provável é que o animal seja uma cobra.
O vírus pode ser transmitido de pessoa para pessoa. Foram identificados sintomas como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.
Para prevenção da doença, a OMS recomenda higienização das mãos, cobrir a boca e o nariz ao espirrar e cozinhar bem carnes e ovos. A doença ainda não possui vacina. A estimativa é de que sejam precisos ao menos, 3 meses para que os pesquisadores consigam obter uma opção de prevenção.