Fiocruz divulga nota técnica sobre os impactos imediatos das inundações no RS
Pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz destacam que desastre climático atingiu mais de 3 mil estabelecimentos de saúde (como hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas particulares).Pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) elaboraram uma nota técnica sobre As inundações no Rio Grande do Sul, seus impactos imediatos e suas possíveis consequências sobre a saúde da população. De acordo com o documento, além de atingir mais de 3 mil estabelecimentos de saúde (como hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas particulares) em todo o Rio Grande do Sul, o desastre climático já impactou de alguma forma mais de 2,5 milhões de pessoas e deixou 1,3 milhão de residências em zonas de risco.
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A nota também destaca a situação das populações mais vulneráveis: 240 favelas, 40 comunidades quilombolas e cinco aldeias indígenas estão em contato direto com as áreas de inundação. O desastre deste ano já é o pior da história do Estado. Até 21 de maio de 2024 foram contabilizadas 161 mortes, contra 104 mortes em 2023 (obs.: a nota cita a data até 13 de maio de 2024: contabilizadas 147 mortes, contra 104 mortes em 2023).
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Os pesquisadores envolvidos no estudo traçaram um panorama dos estabelecimentos de saúde do estado. A partir de informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), foram mapeados consultórios isolados, farmácias, clínicas e centros de saúde especializados, unidades móveis de nível pré-hospitalar.
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“Tentamos fazer um diagnóstico da situação de saúde e os primeiros impactos. Precisamos entender qual é o nível de desassistência da população e como ficou a estrutura de atendimentos de saúde. É preciso pensar que há portadores de doenças crônicas, por exemplo, que precisam de atendimento contínuo, e com problemas de saúde que podem se agravar”, explica o pesquisador do Observatório de Clima e Saúde, Diego Xavier.
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A nota divulgada pelo Observatório inclui números, imagens de radar e satélite de órgãos como o CNES, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Fundação Palmares, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros.
Além da nota, os pesquisadores do Observatório estão desenvolvendo mapas interativos com os dados relativos às áreas inundadas e estabelecimentos de saúde existentes na região afetada.
Observatório de Clima e Saúde
O Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz está coletando e disponibilizando dados relativos ao desastre que afeta o Rio Grande do Sul. O trabalho tem como objetivo reunir as informações em um mesmo espaço para auxiliar gestores públicos e voluntários na tomada de decisões. Todo o material produzido ajuda a analisar os impactos imediatos das inundações e suas possíveis consequências sobre a saúde da população. O foco está em disponibilizar todas as informações com agilidade e constante atualização.
Sala de situação
A Presidência da Fiocruz instalou (6/5) uma sala de situação interna para apoiar as ações do Centro de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde (MS) no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores Christovam Barcellos, integrante do Observatório de Clima e Saúde, e Carlos Machado, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), são os representantes da Fiocruz no COE.
A atuação coordenada da Fiocruz visa contribuir com ações emergenciais e estruturantes no campo da Saúde, no médio e longo prazo, de forma articulada com o Ministério da Saúde e os governos locais, a partir das experiências acumuladas da instituição no enfrentamento a emergências e desastres, incluindo aqueles provocados pelo rompimento de barragens.
“Os estudos que o Observatório de Clima e Saúde está produzindo servem, neste momento, para orientação. Eles indicam as áreas inundadas, mapeiam unidades de saúde, farmácias, as que estão funcionando e as que estão em áreas alagadas. Depois, vamos usá-lo para monitoramento, poderemos saber quais unidades de saúde voltaram a funcionar, o que estão conseguindo produzir, quantas consultas e/ou internações estão realizando… Assim poderemos avaliar como o sistema de saúde reage nas próximas semanas e meses”, explica Barcellos.
Com informações Agência Fiocruz de Notícias. Edição SS.