Gestão e Qualidade, Política | 1 de outubro de 2025

FEHOSUL discute tendências, estratégias e a integração entre a saúde suplementar e o SUS

Seminários de Gestão ocorreu na sexta-feira (26) na Amrigs, em Porto Alegre.
FEHOSUL discute tendências e a integração entre a saúde suplementar e o SUS

A FEHOSUL promoveu a primeira edição do Seminários de Gestão deste ano na última sexta-feira (26 de setembro), na AMRIGS, em Porto Alegre (RS). Os principais assuntos foram relacionados ao Programa Agora Tem Especialistas do Ministério da Saúde e à discussão de soluções e estratégias para hospitais, clínicas e operadoras garantirem a sustentabilidade econômico-financeira. Integraram a programação Pedro Westphalen (Deputado Federal – PP/RS), Daniel Giaccheri (Sócio Fundador do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas), Renato Casarotti (Vice-presidente da Abramge), Luis Eduardo Ramos Mariath (Diretor de Operações da SANTA CASA DE PORTO ALEGRE), Gilberto Barichello (Diretor Presidente do GHC), Hilton Roese Mancio (CEO da ASSOCIAÇÃO DR. BARTHOLOMEU TACCHINI), Marina Manzano Capeloza Pilz (Apoiadora Institucional do MINISTÉRIO DA SAÚDE para o Programa Agora Tem Especialistas no RS), Ariel Tiago Stürmer (Gerente-executivo do BANRISUL) e Lenise Medeiros (Gerente-executiva de Produtos de Crédito do BANRISUL).


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Na abertura, o presidente da FEHOSUL, Cláudio Allgayer (foto abaixo), agradeceu a presença de autoridades, palestrantes e profissionais presentes e destacou a importância das discussões de temas que integram a saúde nacional em torno de objetivos comuns. “A saúde nacional e gaúcha vem passando por transformações importantes com destaque para o programa Agora Tem Especialistas do Ministério da Saúde. É imprescindível que os CEOs e os profissionais se atualizem sobre as novas possibilidades disponíveis para aprimorar a sustentabilidade econômico-financeira dos seus negócios e para diminuir as filas de espera de consultas e procedimentos nas regiões onde atuam”, destacou Allgayer, que também é vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), com sede em Brasília.

claudio allgayer fehosul

Ao portal Setor Saúde, o vice-presidente do SINDIHOSPA e sócio fundador da São Pietro Hospitais e Clínicas, Daniel Giaccheri, destacou que o evento reuniu “mentes brilhantes” do setor de saúde. “É impressionante ver os CEOs dos melhores hospitais do Rio Grande do Sul, diretores de operadoras de saúde, empreendedores de ‘real estate’ e outras mentes brilhantes do setor, compartilhando ideias e conhecimentos. Parabéns à organização da FEHOSUL. Precisamos cada vez mais de iniciativas assim, especialmente com os temas abordados aqui, que muitas vezes ficam sem resposta, como a inversão da pirâmide e a troca demográfica. Não podemos ignorar o envelhecimento populacional que está ocorrendo de forma ampla e acelerada. Eventos como este nos fazem refletir e questionar o que precisamos fazer e como podemos nos unir para cuidar da nossa população.”

Daniel Giaccheri sao pietro

Sobre a São Pietro, Giaccheri anunciou novidades: “A São Pietro atua na questão da longevidade e bem-estar, com uma vertente de negócios focada em senior living de alto padrão. Em breve teremos novidades com a inauguração de novas unidades fora do Rio Grande do Sul. Nós temos uma em funcionamento no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre. Teremos mais uma a ser inaugurada no início do próximo ano no bairro Moinhos de Vento, com 145 unidades. E tivemos o lançamento agora em Gramado, com mais 170 suítes. A proposta é proporcionar ambientes adequados, alimentação balanceada e acompanhamento por uma equipe multidisciplinar para monitoramento e prevenção da saúde de forma leve e agradável.”


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A primeira palestra foi conduzida por Hilton Roese Mancio (CEO da da Associação Dr. Bartholomeu Tacchini e diretor da FEHOSUL). O executivo falou sobre os “Desafios do Hospital Contemporâneo”.  A discussão central girou em torno da importância da colaboração no setor da saúde, a situação atual do Hospital Tacchini e os desafios e expectativas em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e políticas governamentais. “Este evento tem como principal missão a oportunidade de discutir e trocar ideias entre prestadores e operadoras. Isso é crucial para encontrar soluções e “desarmar” o setor. Há uma percepção de que o setor atingiu um “fundo do poço”, exigindo que todos trabalhem juntos para a sobrevivência e avanço. Eventos como este facilitam o diálogo de alto nível e o networking, gerando novas parcerias e ideias. Ou nós vamos encontrar a solução juntos, ou nós estamos perdidos. O evento me possibilitou, por exemplo, conhecer o Renato [Casarotti ], um nível de diálogo de alto nível, bacana, com troca de ideias”, elogiou Mancio.

Hilton Roese Mancio (1)

“O Hospital Tacchini está em um momento de grandes investimentos, incluindo a participação em um Medical Center [Tacchini Medical Center] na cidade de Bento Gonçalves, com previsão de consolidação até o final do ano. Há ansiedade para que o novo investimento comece a gerar fluxo de caixa e estamos empenhados em dar mais este ‘start’ para a nossa população. A missão desse novo empreendimento é gerar receita para sustentar o atendimento do SUS, refletindo o compromisso filantrópico da instituição. A instituição foi fundada com um forte DNA humanitário pelo Dr. Bartholomeu Tachini, com um compromisso com o atendimento universal e não apenas segmentado. Manter o atendimento do SUS é parte integrante da cultura e da missão do Tacchini Saúde.”


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O CEO do Tacchini falou sobre o desafio que os hospitais que atendem o SUS muitas vezes passam. “O Tacchini enfrentou um déficit de R$ 30 milhões no atendimento do SUS em 2024. Esse déficit limita a capacidade do Hospital de expandir, inovar e oferecer soluções mais rápidas para a comunidade. É fundamental que os agentes governamentais compreendam o impacto desse déficit, que impede a construção de novas estruturas ou a expansão de serviços. A nossa instituição tem buscado ser mais criativa e encontrar novos caminhos para manter o ideal do fundador diante das margens cada vez menores”, aprofundou Mancio.

Daniel Giaccheri e hilton mancio-

“É necessário estabelecer um melhor nível de confiança. Agentes governamentais muitas vezes não respeitam os limites contratuais, exigindo disponibilidade ilimitada mesmo quando a instituição está lotada, mesmo sendo transparente sobre a capacidade que dispomos. Quando o hospital reporta a necessidade de ajuda, recebe mais pressão em vez de apoio. É crucial estabelecer parâmetros imutáveis e garantir a continuidade das políticas de saúde, independentemente das mudanças políticas, para permitir um trabalho mais eficaz e duradouro”, acrescentou Mancio.

Por outro lado, há avanços importantes em programas do governo do RS e federal. “O Governo do RS está trabalhando para cumprir a legislação de investir 12% na saúde, algo que não ocorria anteriormente. Há também um foco em eficiência, com a criação de “linhas de cuidado”. São inegavelmente coisas positivas. Quando se cria linhas de cuidados e paramos de trabalhar em eventos separados, conseguimos garantir um ciclo mais rápido do diagnóstico ao tratamento final”, finalizou Mancio.

Renato Casarotti

A segunda palestra, “Desafios da Saúde Suplementar 2025-2030”, ficou por conta de Renato Casarotti (Vice-presidente da Abramge). O palestrante discutiu o cenário atual, os desafios emergentes e as perspectivas futuras do setor de saúde suplementar no Brasil, destacando a recuperação operacional recente, o impacto da tecnologia e de decisões regulatórias, o desafio demográfico, e a evolução dos modelos de negócios em um ambiente complexo e cíclico. “O setor concluiu o primeiro semestre (após um 2024 positivo) com resultados operacionais favoráveis, revertendo três anos de resultados negativos (especialmente 2022, ano da retomada pós-pandemia). Entre os fatores de recuperação estão o aumento da receita; principalmente em planos corporativos e reajustes de preços para cobrir despesas assistenciais. Outro elemento foi as estratégias de gestão de custos, como renegociações com redes credenciadas e otimização de redes próprias. Outro elemento importante foi o combate à fraude e ao desperdício. O que aprendemos com o tempo é que a vigilância é crucial, pois o setor é cíclico, com altos e baixos, como demonstrado na pandemia”, explicou Casarotti.

renato casarotti abramge

O vice-presidente da ABRAMGE, pontuou os dois principais desafios para as operadoras atualmente:

  • Incorporação Tecnológica e Custos de Medicamentos:

    • Crescimento exponencial das despesas com medicamentos (especialmente para doenças raras, oncológicas), pressionando a rentabilidade.

    • Busca por soluções para diluir esses custos, que podem inviabilizar operadoras menores (ex: contas de R$ 3 a 4 milhões por um único medicamento).

  • Decisão do STF sobre o Rol da ANS:

    • A decisão recente sobre o Rol de Procedimentos e Eventos da ANS, embora não totalmente alinhada ao pedido original, trouxe critérios mais claros.

    • Unificou o entendimento com os critérios do SUS (Conitec), criando um debate sobre a possibilidade de compras conjuntas e negociações nacionais para medicamentos de alto custo.

Sobre a iniciativa do programa Agora Tem Especialistas – proposta para usar a capacidade ociosa da rede privada (hospitais e redes próprias das operadoras) para desafogar gargalos do SUS, especialmente em consultas e exames -, Casarotti entende que o modelo irá avançar muito ainda. “O programa aproveita passivos existentes das operadoras com o SUS, mas destina-se a um grupo de operadoras, pois cerca de 90% da dívida se concentra em poucas empresas. Considero, de fato, uma quebra de paradigma e um passo importante na direção correta, apesar dos desafios operacionais.”

casrotti abramge

O executivo da ABRAMGE falou também sobre o Desafio Demográfico e a “Geração Prateada”. “O envelhecimento da população é uma realidade que impacta desproporcionalmente a saúde suplementar. Nos últimos 10 anos, o setor cresceu 3% em beneficiários totais, mas 27% em beneficiários com 60 anos ou mais. Projeta-se que beneficiários com mais de 60 anos se aproximem de 40% do total entre 2040 e 2050, demandando em média três vezes mais recursos do que beneficiários mais jovens. O setor exige novas soluções de cuidado (equipes de cuidado, combate ao isolamento social, operadoras especializadas).

Outra perspectiva é relacionada à judicialização. “Há otimismo para um processo de “depuração” das ações, levando a um regramento mais previsível e racionalização do processo”, disse.

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Em relação à evolução dos modelos de negócio e ecossistemas, Casarotti entende que a transição da ´verticalização puro-sangue´para a formação de grandes grupos e ´ecossistemas de saúde (ex: Rede D’Or/SulAmérica, por exemplo), é uma tendência que ainda precisa ser avaliada. “Podemos ver aumento de investimentos em modelos que buscam integração de dados, diluição de riscos, criar cadeias mais abrangentes por meio de parcerias, convênios ou aquisições. Neste ponto, a interoperabilidade será crucial para o funcionamento desses ecossistemas, pois mesmo dentro de grandes grupos, ainda existe atrito e desconfiança entre os elos.”

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Segundo o vice-presidente da ABRAMGE, a Associação possui uma composição heterogênea. “A ABRAMGE é uma das associações mais diversas, com 138 associadas, variando de operadoras muito pequenas (4-6 mil vidas) a grandes (mais de 1 milhão de vidas). Nossa Agenda, portanto, é abrangente. Essa diversidade, inclusive na diretoria, permite que a agenda da associação reflita as necessidades de todos os portes de operadoras, desde desafios macro (grandes operadoras) até soluções pragmáticas de sobrevivência (pequenas operadoras). A ABRAMGE e a FEHOSUL têm um papel fundamental em aglutinar e facilitar a comunicação de dados entre os diferentes atores do setor, promovendo transparência e superando a fragmentação da informação”, conclui.

Ariel Tiago Stürmer

Após o intervalo, o BANRISUL apresentou “Soluções do BANRISUL para o Setor da Saúde”, com a participação de Ariel Tiago Stürmer (Gerente-executivo do BANRISUL) e Lenise Medeiros (Gerente-executiva de Produtos de Crédito do BANRISUL. Um dos principais destaques é os recebíveis que podem ser utilizados como garantia. “O BANRISUL nos seus 97 anos de atuação tem um know-how muito avançado para atender as empresas do segmento de saúde. Nós entendemos bem os desafios que os gestores têm em relação ao fluxo de caixa, de conseguir casar os recebimentos com as necessidades de pagamentos mensais, que muitas vezes gera um fluxo apertado por não haver uma conciliação de tempo adequado e por isso o banco lança um portfólio de produtos na qual o banco consegue justamente atender esse setor”, apontou Stürmer.

“Os recebíveis, sejam eles do SUS ou de operadoras, podem servir como garantia nas operações de crédito que a gente oferece tanto para capital de giro como para investimento. Além disso, o banco oferece todos os produtos na linha de recebimento do Contas a Receber, bem como no Contas a Pagar. No Contas a Receber, a gente tem toda a a mais alta tecnologia da Vero no recebimento de cartões. E no PIX, temos por exemplo o PIX automático, ideal para pagamento de mensalidades e planos mensais e também a emissão de boletos bancários. Importante frisar que todos esses recebíveis são passíveis de antecipação, justamente para ajudar o fluxo de caixa”, explicou o Gerente-executivo do BANRISUL.

Lenise Medeiros Banrisul

Já a Gerente-executiva de Produtos de Crédito do BANRISUL, Lenise Medeiros, falou sobre as opções que os hospitais e clínicas têm à disposição, com Linhas de Crédito Específicas. “A gente tem disponibilidade de linhas tanto parceladas, como capitais de giro, com parcelas mensais, como a conta única BANRISUL, que é um limite onde não tem uma obrigatoriedade de PMT, fica a cargo da empresa, do gestor, como fica melhor a forma de pagamento e a periodicidade. Ela é de renovação automática, conta única BANRISUL, com prazo de 5 anos, com taxas atrativas, recorrentes, onde a empresa pode, na palma da sua mão, através do aplicativo ou Office Bank, fazer baixas ou pagamentos conforme a sua necessidade.”

banrisul saude hospital

“Trabalhamos com o InovaCred, que é uma linha especializada para máquinas, equipamentos, projetos de inovação, e ainda, linhas de câmbio para importação de máquinas e equipamentos, com o FINIMP [crédito de financiamento à importação, permitindo pagamento imediato ao exportador estrangeiro, conforme negociação e parcelando com o Banco o pagamento].

Marina Pilz

A terceira palestra apresentou as “Perspectivas e Tendências do Sistema Único de Saúde (SUS), com especial atenção ao Programa Agora Tem Especialistas do Ministério da Saúde. O tema foi apresentado por Marina Manzano Capeloza Pilz (Apoiadora Institucional do Ministério para o Programa no RS). “É uma alegria o Ministério poder participar de um evento como esse e falar das tendências e inovações. Nesse contexto, o que o Agora Tem Especialistas tem para oferecer? É um programa grande, com oito componentes.  A gente tem bastante parceria com os hospitais privados e filantrópicos para a ampliação do acesso a serviços especializados e redução do tempo de fila.”

Marina Manzano Capeloza Pilz

“Especialmente o componente créditos financeiros, que é um componente grande e que dá uma possibilidade diferente que não existia no SUS, a possibilidade da gente trocar dívidas ou mesmo pagar tributos federais vincendos com um certificado de valor. Isso agrega muito para a população porque amplia o acesso, agrega muito para o hospital que agora tem uma alternativa para ter melhores benefícios quando vai tratar de uma dívida ou mesmo quando vai pagar um tributo que ainda não venceu”, completou Pilz.

“Além dessa ampliação para a população, também é muito importante para o SUS, porque a gente passa a contar com recurso que não vinha diretamente para ele. A gente já está num movimento importante aqui no Rio Grande do Sul, são nove hospitais que já manifestaram proposta e interesse”, informou a representante do Ministério da Saúde.


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“Os próximos passos serão validarmos as propostas e começar a execução dos serviços especializados aqui no Rio Grande do Sul. A minha meta como apoiadora é falar com o máximo de prestadores possíveis, detalhando o que eles podem conseguir como benefício para a sua realidade. Ou seja, esclarecer todos os pontos para ficar fácil a adesão. Os hospitais conseguem com isso não só quitar as dívidas, mas também conseguir uma certidão positiva com efeito de negativa, então a gente garante uma transação melhor na discussão dessa dívida, menos multa, menos juros e mais parcelas, que já por si só é interesse, proporcionando flexibilidade diante de suas obrigações fiscais. Mas também a possibilidade de ter regularidade fiscal enquanto faz parte do Programa Agora tem Especialistas.”, explicou Pilz.

marina pilz ministerio da saude

Sobre a opção lançada para as operadoras, Pilz destacou que “esse é um componente muito importante também, porque parecido com o que é o componente créditos financeiros, o ressarcimento ao SUS tem a relação, diferente de não é direto com o prestador, é com as operadoras de saúde. É a mesma lógica, permitindo que através de prestação de serviço ao sistema público, eles possam finalizar com as suas dívidas de ressarcimento ao SUS. Essas dívidas de ressarcimento ao SUS são quando um usuário, um cliente da operadora é atendido no SUS e a operadora precisa ressarcir aquele serviço. E a ideia agora é que em vez disso ser em moeda, que seja então através de serviços especializados”, complementou.

“Acho que a mensagem mais importante é que a gente tem que aproveitar a oportunidade de ter um cenário favorável, uma política muito bem escrita, bem pensada e que garante tanto o benefício à população. É a possibilidade de mais serviços integrarem o SUS, fazerem parte desse processo e também organizando toda a rede de atenção de forma integrada fortalecendo inclusive a parceria entre o público e o privado”, finalizou Pilz.

Luis Eduardo Ramos Mariath

Luis Eduardo Ramos Mariath (Diretor de Operações da SANTA CASA DE PORTO ALEGRE), conversou com o portal Setor Saúde e destacou os 222 anos de atuação da Santa Casa, seu modelo de financiamento híbrido (SUS e saúde suplementar), sua vasta estrutura, o processo de transição na diretoria e a participação em novos programas de saúde. “A Santa Casa celebra 222 anos neste ano com o propósito inabalável de atender os mais necessitados, uma missão anterior à criação do SUS e profundamente ligada aos seus valores institucionais.”

luis mariath

“A instituição utiliza o atendimento à saúde suplementar por meio de convênios e atendimentos particulares para financiar o SUS. Apesar de incentivos governamentais, projeta-se um déficit anual de R$ 192 milhões no atendimento ao SUS. Ou seja, a gente precisa fazer um grande esforço para cobrir um déficit anual no atendimento ao sistema de saúde. A gente tem articulado incentivos com o governo federal, mas ainda há um déficit que é muito representativo”, destacou  o Diretor de Operações.


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Como o slogan utilizado pela Santa Casa, o complexo hospitalar é uma “cidade da saúde”, com oito hospitais especializados em Porto Alegre, além de um hospital em Gravataí. A importância da Santa Casa se reflete além da saúde, com impactos fortes na economia. “Somamos 10 mil colaboradores, aproximadamente. Um corpo clínico em que parte é CLT, que são colaboradores da instituição, em torno de 500 médicos, mas perto de 3 mil médicos que são credenciados, 3 mil médicos ativos. A Santa Casa, no ano passado, fez perto de 70 mil cirurgias, mais de 60% destinadas aos pacientes do Sistema Único de Saúde. Foram 6 milhões e 800 mil tratamentos, inúmeros exames de diagnóstico, ou seja, são volumes gigantescos. Recebemos cerca de 25 mil pessoas diariamente e atendemos pacientes de todos os estados do Brasil, com destaque para a área de transplantes.”


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Uma das importantes estratégias para ajudar na sustentabilidade econômico-financeira e no equilíbrio entre receitas e despesas foi a construção do Hospital Nora Teixeira, custeado praticamente por meio de doações da sociedade, uma prova clara da respeitabilidade da instituição. “Um dos componentes do complexo é o Hospital Nora Teixeira que custou entre R$ 240 e R$ 290 milhões. É dedicado exclusivamente a convênios e particulares, desempenhando um papel crucial no modelo de sustentação financeira da Santa Casa para o atendimento SUS. A transparência do uso dos valores arrecadados foi importante para angariar novos doadores”, explicou Mariath (foto abaixo).

luis mariath santa casa de porto alegre

O diretor também falou sobre o processo de transição na direção geral. “Dr. Júlio Matos, com 48 anos de dedicação à organização e diretor-geral desde 2015, está se afastando das atividades diárias como diretor geral. A sucessão segue um plano de governança robusto e transparente, que inclui avaliação externa e alteração estatutária. Jader [Pires] é o novo diretor-geral, escolhido por sua liderança e conhecimento do sistema de saúde e da Santa Casa, onde atua desde 2018. Ele vem fazendo um excelente trabalho. Dr. Júlio Matos continuará envolvido, atuando como mentor de Jader por um ano e, futuramente, integrando a mesa administrativa da instituição. E a gente faz parte desse time. Nós somos seis diretores nesta estrutura que até pode ser considerada enxuta, mas por outra ótica, facilita muito a nossa comunicação e a velocidade de respostas às demandas.”

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Em relação à participação no Programa Aqui Tem Especialistas, Mariath informou que “a Santa Casa aderiu aos componentes ambulatorial, cirúrgico e de crédito financeiro do programa governamental. A meta é aumentar em mais de 10% o volume de cirurgias realizadas para o SUS, o que equivale a um mês adicional de produção para a sociedade”, finalizou.

Gilberto Barichello (Diretor Presidente do GHC), ressaltou que o Grupo está entrando em uma nova fase de autonomia, modernização e expansão, com foco em se tornar um polo de inovação, pesquisa e tecnologia no setor da saúde, buscando a independência de recursos do Tesouro Nacional. “O GHC está buscando uma independência para operar com mais autonomia, não dependendo exclusivamente de recursos do Tesouro. Essa nova fase permitirá ao grupo seguir com as próprias pernas e disputar o mercado em áreas específicas. Recentemente, o Congresso autorizou a criação de uma empresa estatal subsidiária do Grupo Conceição. Esta nova configuração do GHC permite sobreviver no mercado justamente no nicho da pesquisa, do ensino, da formação, da tecnologia da informação, tecnologia da comunicação, inovação, startup, produção de tecnologia, que tem muito recurso a ser captado no mercado e o GHC vai ser um centro de produção de tecnologia, de inovação, de prova de conceito de novas tecnologias. Essa subsidiária permitirá parcerias e troca de experiências com hospitais filantrópicos e privados”, explicou.

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Barichello (foto acima) também detalhou sobre o novo hospital inteligente 100% SUS, com um investimento de R$ 1 bilhão com o apoio do BNDES. “É um investimento que gira em torno de R$ 1 bilhão, que é a unificação do Hospital Criança e do Hospital Conceição. O projeto consiste em uma Parceria Público Privada com a construção de um centro ambulatorial grande, um centro de ensino e pesquisa e uma central de logística e abastecimento farmacêutico semi automatizada. Serão dois hospitais inteligentes do Brasil. Eu estou indo com o ministro Alexandre Padilha para a China, onde visitaremos hospitais inteligentes em Xangai e Pequim. Temos ainda uma reunião com o BRICS, com a Dilma [Rousseff], que vai financiar o hospital inteligente de São Paulo, uma parceria do Ministério da Saúde com a USP.

O diretor-presidente do GHC falou do terceiro turno na instituição e detalhou alguns resultados. “Desde junho foram realizadas quase 4 mil cirurgias adicionais e mais de 400 mil exames extras durante a noite. Os atendimentos como consultas, radioterapia, quimioterapia foram estendidos até 1h da manhã. O limite de horário é justificado para evitar o cansaço dos profissionais e reduzir a probabilidade de erro médico.”

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“Essas iniciativas representam grandes inovações e transformações para o GHC, beneficiando a sociedade gaúcha e brasileira. O GHC se tornará um “novo GHC”, com um papel estratégico no setor da saúde, competindo em áreas de ensino, pesquisa, tecnologia e inovação”, finalizou Barichello.

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O deputado federal Pedro Westphalen (PP/RS) tem se destacado no Congresso Nacional em articulações em diferentes pautas da saúde e elogiou a busca por soluções por parte do Ministério da Saúde e do ministro. “Nós que atuamos na saúde temos a necessidade urgente de fortalecer e recuperar o sistema de saúde brasileiro, com ênfase na importância da colaboração, do diálogo público-privado e de reformas legislativas para garantir um atendimento de qualidade para a população”, defendeu.

“Precisamos preparar o sistema para as futuras gerações. A geração que viverá 100 anos ou mais já nasceu, exigindo cuidados com a saúde geral, alimentação e saúde mental. Preciso aqui fazer um elogio ao trabalho do Ministro Padilha em Brasília, tanto pelo seu conhecimento quanto pelo ritmo na implementação de programas e na recuperação do sistema. Apesar de ser uma das maiores transformações da América do Sul, o SUS precisa de atualizações e modificações, principalmente em relação à remuneração hospitalar. E isto está sendo feito”, completou.

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“A integração público-privada é vista como o único caminho a seguir, sendo uma prática defendida pelo Ministro. As frentes parlamentares em defesa da saúde [Pedro Westphalen é vice-presidente da Frente Parlamentar Mista da Saúde] são espaços de convergência entre os diferentes setores da saúde, alinhando demandas do público, privado, filantrópico. O Grupo Hospitalar Conceição e as Santas Casas são exemplos de sucesso em parcerias públicas e sustentabilidade no Brasil. A participação das quatro confederações de saúde e de operadoras de saúde nas discussões em Brasília demonstra a busca por consensos que têm surtido efeito”, comemorou Westphalen.

“É preciso fazer um agradecimento ao ministro Padilha e sua equipe qualificada pela abertura do Ministério ao diálogo e pela colaboração em programas importantes, como a pesquisa clínica, assim como os demais que estão sendo desenvolvidos. Reafirmo o meu compromisso em trabalhar nas frentes parlamentares para promover avanços e atender às necessidades da sociedade. Políticas públicas benéficas devem ser apoiadas independentemente da posição política”, finalizou Westphalen.

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Patrocinadores desta edição e data do próximo evento

Os patrocinadores desta edição foram o BANRISUL (ouro) e a KNIGHT THERAPEUTICS BRASIL (bronze). Os patrocinadores institucionais foram o HOSPITAL ERNESTO DORNELLES, HOSPITAL MÃE DE DEUS, GRUPO SÃO PIETRO HOSPITAIS E CLÍNICASCLINIONCO.

A próxima edição do Seminários ocorre no dia 28 de novembro. Em breve a FEHOSUL e o portal SETOR SAÚDE divulgarão os destaques da programação.

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