Falta de transparência dos custos com cuidados de saúde são questionados nos EUA
Em estados como a Flórida informações dos gastos com atendimento são de difícil acessoOs custos da assistência em saúde nos EUA são de difícil acesso aos consumidores. A afirmação consta de relatório divulgado por organização sem fins lucrativos, que deu notas baixas para a Flórida (categoria “F”) e 44 outros Estados, pela recusa a aprovar uma legislação que institua um site de transparência e acesso público às informações necessárias à confecção de orçamento para despesas médicas pessoais.
O relatório foi produzido em conjunto entre a Catalyst Payment Reform (CPR), da Califórnia, e o Instituto Health Care Incentives Improvement, entidade sem fins lucrativos de Connecticut, que oferece consultoria sobre os custos dos cuidados de saúde. Os grupos têm uma determinação simples: a busca pela rapidez com que os consumidores encontram os preços da assistência.
O site referente ao Estado da Flórida (floridahealthfinder.gov) foi analisado pelos pesquisadores, que deram nota muito baixa, “F”, devido à escassez de informação e a pouca utilidade da página. Outro fator é que o Estado busca sistemas de transparência de preços hospitalares e médicos, mas não diz nada a respeito das seguradoras. Além disso, o tipo de dados exigidos nos Estatutos da Flórida não é o preço pago efetivamente pela assistência, mas sim o valor cobrado pelo prestador do serviço de saúde – um indicador menos confiável do que os consumidores realmente pagam.
“Os consumidores precisam ter mais cuidado para proteger seus interesses como compradores de serviços de saúde”, disse Suzanne Delbanco. Diretora executiva da CPR, em entrevista ao jornal El Nuevo Herald. As informações não só são difíceis de encontrar, mas ficam mantidas quase em segredo entre hospitais, médicos e seguradoras, que muitas vezes se escondem atrás de acordos de confidencialidade. Esses dados são importantes, pois os preços para o mesmo procedimento podem ter grande variação entre hospitais e médicos.
Quanto maior a abrangência do sistema hospitalar, mais influência exerce sobre esses valores, como reembolso das seguradoras, que passam esses aumentos aos empregadores e consumidores com taxas mais elevadas. Esses são motivos que fazem os governantes norte-americanos buscarem legislações que garantam mais transparência, como a criação de uma “base de dados de todos os pagadores” de acesso público, com informações precisas sobre preços cobrados por hospitais, médicos e operadoras de planos de saúde.
A Agência de Administração do Cuidado em Saúde da Flórida (AHCA, na sigla em inglês) solicitou, US $ 5 milhões por ano para construir e manter um banco de dados com todas as informações solicitadas, chamado de Health Care Cost Analytic Tool (HCCAT). Faz parte do projeto, incluir no banco de dados as informações referentes ao Medicaid (sistema público dos EUA), a consultas, a serviços de farmácia e odontológicos.