Gestão e Qualidade | 27 de maio de 2015

Falta de reajustes impulsiona queda da receita de hospitais 

Anahp indica realidade preocupante para o setor hospitalar
Falta de reajustes impulsiona queda da receita de hospitais 

A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) lançou o seu tradicional Observatório Anahp em solenidade realizada durante a feira Hospitalar 2015, em São Paulo. O material compila informações que sintetizam os resultados de 68 hospitais, reconhecidos como líderes em seus respectivos mercados, e que representam juntos 17.409 leitos, quase 14% dos leitos à disposição da saúde suplementar no país.

A receita liquida alcançada, R$ 20,7 bilhões, teve queda anualizada de 4% com aumento de 1,3% em despesas operacionais.

Conforme a Anahp, entre 2008 e 2014, a média de idade entre os pacientes atendidos nos hospitais associados passou de 37 para 41 anos e o tempo médio de permanência aumentou de 4,4 para 4,6 dias. A entidade indica, porém, uma realidade preocupante para o setor hospitalar.

Apesar do aumento de usuários com maior consumo de serviços e materiais, o setor tem observado crescente pressão de operadoras de planos de saúde pela redução de suas despesas assistenciais, refletindo na defasagem de reajustes e no forte crescimento das despesas, impactando negativamente nos resultados.

Outros dados apresentados:

• A receita líquida por paciente-dia sofreu queda de quase 5% em 2014, passando de R$ 4.327 para R$ 4.118;

• O indicador de receita líquida foi particularmente impactado pelos aumentos nos valores não recebidos (contas “glosadas” e não pagas);

• A receita líquida por saída hospitalar também caiu a taxas superiores à receita líquida por paciente-dia em 2014 em relação a 2013, passando de R$ 20.312 para R$ 18.834;

• O prazo médio de recebimento se manteve elevado em 2014, com 78,7 dias. 

Segundo o presidente da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul – Fehosul, médico Cláudio Allgayer, existe “uma inflexão [negativa] na curva dos indicadores que medem a saúde financeira dos hospitais, especialmente porque a maioria das instituições brasileiras também aumentaram seus passivos com empréstimos bancários, o que irá refletir-se no corrente ano, na diminuição em novos investimentos e na manutenção de seus contingentes de colaboradores”.

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