Exposição solar pode causar doenças oftalmológicas graves
Coordenadora da emergência SUS do Hospital Banco de Olhos São Pietro aponta o potencial nocivo da radiação ultravioleta e o risco maior de dano cumulativo durante o verão.
A chegada do verão normalmente vem acompanhada de dias ensolarados, temperaturas elevadas e, principalmente, passeios ao ar livre. Devido à exposição e intensidade solar maior que marca esta estação, a atenção do público deve ser redobrada. Apesar do câncer de pele ser o tumor mais comum no Brasil, a pele não é a única parte do corpo precisa de cuidado específico para proteger do sol. Durante a estação mais quente do ano, os olhos necessitam de todas as precauções necessárias para evitar irritações e infecções que possam prejudicar a visão. Juliana Marcon, oftalmologista e coordenadora da emergência SUS do Hospital Banco de Olhos SãoPietro, aponta que os impactos da radiação ultravioleta na vista podem causar condições graves que prejudicam os olhos, mesmo que a população não perceba a gravidade.
“Os olhos são tão, ou mais sensíveis, que a própria pele. Não adianta o investimento feito apenas com protetor solar e roupas com essa característica, precisamos também do cuidado com as nossas retinas em relação a exposição solar”, explica a especialista, que completa: “A radiação ultravioleta é extremamente nociva e o dano é cumulativo, idêntico aos mecanismos que causam o câncer de pele e outras lesões malignas. Na retina, principalmente, vemos lesões degenerativas. Têm várias doenças com aumento da prevalência com a idade, uma delas é o pterígio, que tem uma prevalência grande em pessoas que vivem na praia e populações com incidência solar alta”.
Os principais cuidados recomendados por oftalmologistas durante o verão são referentes ao uso de óculos de sol com proteção UV, colírios lubrificantes, equipamentos de segurança para os olhos ao praticar esportes com areia, assim como evitar exposição prolongada ao sol e redobrar os cuidados com as lentes de contato.
Referente aos óculos, o principal conselho da especialista é cuidar o local onde o item será adquirido. Para certificar a procedência do produto, a dica é buscar por óticas que possuem espectrofotômetro, equipamento capaz de verificar se uma lente é certificada ou não. Segundo Juliana, é importante alertar que a coloração é um fator que gera confusão, pois a cor ou a quantidade de escurecimento que os óculos oferecem não são indicativos de proteção. Outra questão é a forma de acondicionamento, sendo indicado guardar com cuidado para evitar desgaste da película ao deixar os óculos no carro pegando sol e calor, mesmo nos itens de boa procedência. O modo de higienização também pode prejudicar a vida útil do item, sendo fundamental evitar limpar com álcool, detergente ou nas roupas. O ideal é utilizar sabão neutro e fazer uma limpeza suave e delicada, com lenços não abrasivos.
Para as lentes de contato, as recomendações que devem ser seguidas durante todo ano ganham força devido ao risco maior da exposição solar. Juliana Marcon aponta que a relação entre as lentes de contato e os esportes, devem ser observadas com atenção.
“Para a prática esportiva, as lentes de contato são indicadas. No entanto, é fundamental ter atenção com as lentes, não apenas sobre a posição nos olhos, mas também nos cuidados básicos de limpeza, respeitar o número máximo de horas de uso. Coordeno uma das maiores emergências do Sul do Brasil, que é do Hospital Banco de Olhos SãoPietro, e a quantidade de traumas e contusões relacionadas aos esportes que vejo é muito grande. Acompanhamos lesões por bolinha de beach tennis e tênis, bola de futebol, entre outras. O ideal seria o uso óculos de proteção sempre. Vale destacar que, quanto maior a bola, menor é o perigo, mas com bolinhas pequenas, o perigo é maior”, contextualiza.
Assim como o Hospital Banco de Olhos SãoPietro, referência oftalmológica do Sul do país, o Grupo SãoPietro conta com uma unidade em Xangri-lá focada em atender a demanda do Litoral Norte gaúcho e municípios mais próximos.