“Estou profundamente preocupada com o número de adolescentes … que necessitaram de tratamento em unidades de terapia intensiva [UTI] ou ventilação mecânica” em função da COVID-19, disse, a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos (EUA), Rochelle Walensky em comunicado divulgado na sexta-feira (4), junto com os resultados de um novo estudo.

Os números são preocupantes. A taxa de hospitalização de adolescentes infectados com COVID-19 aumentou em março e abril. Por esse motivo, Rochelle Walensky, pediu aos pais de todo o país que vacinem seus filhos maiores de 12 anos para protegê-los da doença que também pode ser grave, mesmo entre os jovens, principalmente em função do aparecimento de novas cepas.

“Estou profundamente preocupada com o número de adolescentes hospitalizados e triste ao ver o número de adolescentes que necessitaram de tratamento em unidades de terapia intensiva ou ventilação mecânica”, disse Walensky.

O estudo analisou os dados de hospitalização de jovens de 12 a 17 anos de uma grande rede de monitoramento de coronavírus e descobriu que mais de 30% tiveram que ser internados em unidades de terapia intensiva e quase 4% necessitaram de ventilação mecânica invasiva, de um total de 204 adolescentes, principalmente entre 1º de janeiro e 31 de janeiro de 2021. Por outro lado, não foram identificadas mortes associadas no estudo específico.

O estudo também ecoa as preocupações expressas pela diretora do CDC, que insistiu na vacinação de adolescentes, com atenção especial aos grupos de minorias raciais e étnicas: “Aumentos recentes nas taxas de hospitalização associadas a Covid-19 entre adolescentes e a possibilidade de doença grave exigindo internação devem ser sinais a serem levados em conta. As Unidades de Terapia Intensiva (UTI), incluindo ventilação mecânica invasiva, indicam uma necessidade urgente de vacinação em combinação com o uso correto e constante de máscara por pessoas que ainda não o foram totalmente (vacinados)”, informa o relatório.

Os Estados Unidos avançaram bastante com a vacinação até o momento. Aos menos 51% da população recebeu ao menos uma dose, segundo o site Our World in Data.

Alta mortalidade de crianças no Brasil ocasionada pelo Covid

Um artigo publicado no The New York Times (NYT), de autoria de Peter Hotez, professor e reitor da Escola Nacional de Medicina Tropical da Baylor College of Medicine (Texas/EUA) apresentou dados sobre a infecção de crianças por Covid no Brasil, que ao contrário dos EUA, tem registrado uma taxa de óbitos bastante elevada. Ele uso o exemplo do Brasil para alertar as autoridades de seu país.

“A Covid-19 está causando doenças graves em crianças brasileiras em níveis nunca vistos em outras partes do mundo. Uma pesquisa da Dra. Fátima Marinho da Vital Strategies, uma organização não governamental, descobriu que mais de 2,2 mil crianças com menos de 10 anos morreram de Covid-19. Embora esse número represente menos de 0,5 por cento das 467 mil mortes de Covid-19 no Brasil, mais de 900 das fatalidades ocorreram em crianças menores de 5 anos. Os Estados Unidos registraram quase 600.000 mortes de Covid-19, mas apenas 113 dessas mortes ocorreram sido de crianças com menos de 5 anos”, segundo Hotez.

“Estudamos as taxas de infecção de Covid-19 em adolescentes e crianças no estado de São Paulo, lar de mais de 20 por cento da população do Brasil. Nossa análise encontrou um aumento no número de casos notificados e hospitalizações entre adolescentes e crianças desde o final de 2020. Aproximadamente metade dessas hospitalizações, mais de 900, ocorreram entre crianças menores de 5 anos, incluindo muitos bebês”, completa.

Ele defende que “os Estados Unidos precisam continuar seus esforços para vacinar adolescentes e aprovar vacinas para crianças e bebês. As autoridades de saúde pública também devem continuar a educar os pais sobre a ameaça real que a Covid-19 representa para seus filhos e a importância da vacinação. Caso contrário, Covid-19 pediátrico e infantil pode se tornar uma nova realidade trágica.”

Com informações Univision.com, CDC e NYT. Edição SS.