Estatísticas e Análises | 12 de fevereiro de 2024

Estudo revela que pacientes com piora na saúde mental têm maior risco de desenvolver covid longa

“Ainda são necessários novos estudos, mas esses achados destacam a importância de uma abordagem mais cuidadosa e abrangente no tratamento e acompanhamento de pacientes, considerando não apenas as manifestações físicas, mas também os aspectos psíquicos relacionados à covid-19, a fim de se evitar maiores prejuízos causados pela doença”, explica Sabrina Bernardez Pereira, cardiologista que atua na área de economia da saúde do Einstein, e autora do estudo.
Estudo do Einstein revela que pacientes com piora na saúde mental têm maior risco de desenvolver covid longa

Um estudo realizado pelo Einstein revelou que pacientes com piora na saúde mental até 30 dias após diagnóstico de covid-19 têm maior probabilidade de desenvolver covid longa – quando os sintomas continuam ou novos sintomas se desenvolvem 3 meses após a infecção inicial por covid.


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Para a análise, foram avaliados dados de 1.409 pacientes, dos quais 291 hospitalizados e 1.118 não hospitalizados, todos com diagnóstico laboratorial de covid-19. Ambos os grupos responderam um questionário de rastreio para depressão – que indica que o paciente apresenta algum impacto em sua saúde mental, embora não tenha confirmação do quadro depressivo.

No primeiro grupo, o risco de desenvolvimento de covid longa nos pacientes que apresentaram rastreio positivo para depressão foi de 6,5 vezes o daqueles que não tinham a doença. No segundo grupo, a população que teve impactos na saúde mental apresentou quase 4 vezes o risco de ter a condição.


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Outro achado da pesquisa é que pessoas do sexo feminino têm maior propensão a desenvolver covid longa, com um risco até 4,5 vezes o de pessoas do sexo masculino.

Considera-se covid longa o quadro em que há manutenção ou desenvolvimento de novos sintomas três meses após a infecção inicial pelo Sars-CoV-2, com os sintomas durando pelo menos dois meses sem outras explicações. Entre os sintomas mais comuns, estão fadiga, falta de ar e perda de desempenho cognitivo, entre dezenas de outros capazes de afetar o dia a dia dos pacientes.

“Ainda são necessários novos estudos, mas esses achados destacam a importância de uma abordagem mais cuidadosa e abrangente no tratamento e acompanhamento de pacientes, considerando não apenas as manifestações físicas, mas também os aspectos psíquicos relacionados à covid-19, a fim de se evitar maiores prejuízos causados pela doença”, explica Sabrina Bernardez Pereira, cardiologista que atua na área de economia da saúde do Einstein, e autora do estudo.


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Vale lembrar que o Brasil é o país com a maior prevalência de depressão na América Latina. Dados do relatório “Depressão e outros transtornos mentais” realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 5,8% da população brasileira sofre com a doença mental, o equivalente a 11,7 milhões de pessoas.

Por outro lado, também de acordo com a OMS, cerca de 10-20% das pessoas diagnosticadas com covid-19, desenvolvem a versão prolongada da doença [1].

Referência: [1] WHO. Post COVID-19 condition (Long COVID). Acesso em 16/01/2024. Disponível em: Link.

 



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