Tecnologia e Inovação | 12 de novembro de 2014

Estudo demonstra altas taxas de cura para hepatite C de genótipo 3

Tratamento oral de 12 semanas com daclatasvir combinado com sofosbuvir
hepatite-virus

A Bristol-Myers Squibb Company apresentou, em novembro, dados do Ally-3, o primeiro estudo de Fase III (saiba quais são as fases dos estudos clínicos ) totalmente oral, sem uso de ribavirina, para pacientes com genótipo 3 de hepatite C. Esse grupo é um dos mais difíceis de ser tratado com eficiência.

O acompanhamento durou 12 semanas e mostrou que o uso de sofosbuvir combinado com daclatasvir alcançou 90% de SVR12 (sigla em pacientes sem prévio tratamento) , e 86% em pessoas que já haviam sido medicados com outras drogas.

No estudo Ally-3, o tratamento com daclatasvir em combinação com sofosbuvir foi bem tolerado,  sem mortes, efeitos colaterais graves ou interrupções devido a eventos adversos. Os efeitos secundários mais frequentes (atingiu cerca de 5% dos pacientes) foram dor de cabeça (19,7%), fadiga (19,1%), náusea (11,8%), diarreia (8,6%), insônia (5,9%), dor abdominal e artralgia (ambos 5,3%). Além disso, houve 17 falhas (11,2%) no tratamento, com 16 recaídas pós-tratamento e um efeito-rebote (retorno da doença).

Os resultados foram apresentados na reunião anual da Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado (AASLD), em Boston. “Ambos os grupos de pacientes alcançaram altos índices de SVR12 no estudo Ally-3. Estes dados são promissores, pois os pacientes com genótipo 3 são os mais difíceis de tratar”, disse, durante o evento, David Nelson, médico e diretor de Genética Molecular e Microbiologia do UF Clinical and Translational Science Institute e vice-presidente assistente de investigação da Universidade da Flórida.

O genótipo 3, como diz o especialista, “está associado com a progressão mais rápida da doença e continua a ser um desafio mesmo para os tratamento mais novos. Os resultados do Ally-3 demonstram a capacidade de alcançar uma cura para os pacientes com o genótipo 3 em um tratamento oral de 12 semanas”, ponderou.

Para o chefe de Desenvolvimento de Especialidades da Bristol-Myers Squibb nos EUA, Douglas Manion, o uso de “Daclatasvir mostrou atividade pangenotípica em pesquisas in vitro, um fator que está ganhando cada vez mais importância à medida que a aumenta nossa compreensão da complexidade da Hepatite C. Além disso, o potencial do daclatasvir combinado com diversos outros agentes, como o sofosbuvir, é significativo para continuar o desenvolvimento de opções de tratamento adicionais que poderiam ajudar pacientes de todos os genótipos para alcançar a cura”, resumiu.

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