Mundo | 23 de julho de 2013

Estrogênio é benéfico para mulheres com histerectomia

Estudo norte-americano afirma que 50 mil pacientes por ano não teriam morrido se fossem tratadas com o hormônio
Estrogênio

Um artigo publicado na última semana no American Journal of Public Health destaca um comportamento que poderia evitar muitas perdas. Se as mulheres que tiveram histerectomia recebessem tratamento hormonal de estrogênio, cerca de 50 mil vidas por ano seriam poupadas só nos EUA.

“Esperamos que este artigo aumente esse debate atrasado e eleve a consciência sobre os benefícios de usar apenas terapias com estrogênio para mulheres na faixa dos 50 anos sem útero”, destacou Dr. Phillip Sarrel, professor emérito do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas e Psiquiatria da Yale School of Medicine e responsável pelo trabalho.

Esse tipo de tratamento passou a ser evitado após o estudo apresentado na  Women’s Health Initiative (WHI), em 2002. Durante 15 anos foram acompanhadas mulheres na menopausa, entre 50 e 79 anos, inscritas em pesquisas clínicas com terapia hormonal e com uma dieta controlada. O resultado mostrou que a combinação de estrogênio e progestina aumenta o risco de câncer de mama, de doença cardíaca, de AVC e de formação de coágulos. No entanto, pouco foi analisado e dito a respeito das pacientes tratadas apenas com estrogênio.

Até 2002, 90% das pacientes usavam o hormônio para tratar os sintomas da menopausa, prevenir a osteoporose e outras doenças. Atualmente, o número caiu para apenas 10% das mulheres.

A pesquisa divulgada recentemente diz que muitos dos resultados negativos obtidos no WHI não se aplicam a mulheres que passaram por uma histerectomia, que poderiam se beneficiar de estrogênio sozinho.

Dados recentes, de 2011 e 2012, mostram que mulheres sem útero que tomaram estrogênio tiveram baixo índice de mortes por ano na última década. Elas também reduziram o risco de câncer de mama em 20%.

Em depoimento para a CBS News, a diretora do Centro Especializado na Saúde da Mulher da Cleveland Clinic, Dra. Holly Thacker, lembra que o estrogênio via oral é associado ao aumento de coágulos, mas vê de forma positiva os resultados da pesquisa. “As mulheres não devem ter medo de estrogênio. Para muitas, pode ter um efeito benéfico sobre a qualidade e longevidade da vida”, ponderou.

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