Estimulação magnética auxilia pacientes com Alzheimer
Nova tecnologia retarda o declínio das funções cognitivasA estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma tecnologia médica indolor e não-invasiva usada no tratamento de depressão grave, delírios esquizofrênicos e dores crônicas. Vários estudos clínicos também relataram que as sessões podem melhorar os déficits motores associados ao AVC. No entanto, neurologistas e psiquiatras acreditam que essa estimulação cerebral ainda não revelou todo o potencial terapêutico, e o Alzheimer é o novo campo para análise da sua eficácia.
Um aparelho de EMT desenvolvido pela empresa israelense Neuronix – especializada em desenvolvimento de métodos de tratamento para o Alzheimer – envia impulsos elétricos nas regiões do cérebro (previamente localizadas) afetadas pela doença. Ao mesmo tempo, sentado em frente a uma tela sensível ao toque, o paciente realiza exercícios para trabalhar a memória, linguagem, a noção espacial ou para reconhecer rostos.
Uma bobina colocada no crânio do paciente envia impulsos elétricos repetidamente para a superfície do cérebro. O campo magnético gera microcorrentes que modificam a atividade e a comunicação dos neurônios. O tratamento dura um mês e meio, com cinco sessões de uma hora por semana. O custo (não reembolsado pela previdência social) é de cerca de US$ 6 mil em Israel.
“O princípio da EMT é modular a atividade de regiões do cérebro que funcionam de forma anormal para obter uma melhora de determinadas funções”, resume o psiquiatra Emmanuel Haffen, do Hospital Universitário de Besançon (França), para o jornal Le Figaro.
O objetivo não é tratar a causa ou a cura da doença, mas retardar o inevitável declínio das funções cognitivas. A estimulação deve ocorrer na fase inicial do Alzheimer. Estudos já demonstraram que a EMT melhora alguns pontos do desempenho cognitivo, com ganhos de vários meses, graças à combinação da estimulação artificial quanto a natural (através de exercícios).