Mundo | 8 de novembro de 2012

Especialistas em saúde da América Latina alertam para risco de crise de AVC

Medidas de ação críticas são delineadas para reduzir AVCs provocados por fibrilação atrial
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Dois novos relatórios publicados recentemente pela Action for Stroke Prevention, uma aliança de especialistas de saúde mundialmente renomados e associações de doentes, inclusive representantes do Brasil, México e Argentina, convocam formuladores de políticas e comunidades médicas e de pacientes a implementar ações específicas que podem ser tomadas no nível comunitário para prevenir acidentes vasculares cerebrais (também conhecidos como derrames ou AVC) que afetam milhares de pessoas com fibrilação atrial (FA) a cada ano em toda a América Latina.

Embora a maioria dos AVCs relacionados à FA sejam evitáveis, a FA é um ritmo cardíaco anormal subdiagnosticado e subtratado que aumenta o risco de AVC em cinco vezes em comparação com a população em geral.

Estima-se que milhões de pessoas na América Latina sofram de FA. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem com FA e, na Venezuela, acredita-se que existam 230 mil portadores de FA, com este número previsto para aumentar para um milhão até 2050.

No entanto, uma nova pesquisa da IPSOS MORI mostra que 77% das pessoas na América Latina não têm conhecimento da FA, destacando um desafio educacional crítico para os formuladores de políticas e profissionais da saúde.

Os acidentes vasculares cerebrais relacionados à FA são mais graves do que aqueles resultantes de outras causas.Isso significa que as pessoas que sofrem um acidente vascular cerebral decorrente de FA estão menos propensas a voltar para suas casas e precisarão de mais cuidados de suas famílias ou asilos.

De forma alarmante, os relatórios destacam que a primeira vez que muitas pessoas irão descobrir que têm FA é quando elas têm um acidente vascular cerebral, e aproximadamente 70% dos pacientes com FA conhecida que tiveram um acidente vascular cerebral causado por um coágulo sanguíneo não estavam recebendo terapia anticoagulante para evitar AVC relacionado à FA quando de sua ocorrência. Com o AVC impondo um enorme fardo financeiro sobre países da região da América Latina, é necessário fazer mais para reduzir o número desses AVCs sérios, caros, porém, evitáveis.

Recomendações feitas pelos relatórios incluem:

  • melhoria da conscientização do público e compreensão da FA e do risco de acidente vascular cerebral relacionado à FA;
  • implementação de metas e normas práticas eficazes para os profissionais de saúde, como, por exemplo, metas para controle de FA;
  • criação de estratégias nacionais para o diagnóstico precoce da FA;
  • desenvolvimento de estratégias de apoio à adesão às diretrizes clínicas e prestação de administração equivalente e adequada de terapia para pessoas com FA;

 

Falta de Conhecimento Aumenta o Risco

Uma pesquisa recente da IPSOS MORI destacou a necessidade urgente de agir sobre as recomendações da Action for Stroke Prevention. A pesquisa com 9.211 pessoas de 20 países em todo o mundo destaca que embora 41% das pessoas entrevistadas na amostra da América Latina (N=1700) terem medo de ter um AVC acima de algumas outras condições de saúde sérias, inclusive doença cardíaca, diabetes e colesterol alto, somente 1% têm medo de FA, apesar desta ser um principal fator de risco para um AVC grave.

A pesquisa da IPSOS MORI mostrou que, talvez não surpreendentemente, apenas 16% do público em geral no mundo está consciente de que o risco de AVC relacionado à FA pode ser reduzido com o tratamento anticoagulante. Isso destaca a necessidade da educação para permitir que os pacientes participem de suas próprias decisões de saúde.

As recomendações e ações identificadas pela Action for Stroke Prevention devem ser iniciadas agora, caso contrário, milhões de outras vidas serão devastadas pelo AVC relacionado à FA.

 

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