Estatísticas e Análises, Mundo | 27 de dezembro de 2012

Espanha prossegue com processo de privatizações na saúde

Pesquisa indica que gestão privada é mais eficiente
Espanha prossegue com processo de privatizações na Saúde

A Espanha, um dos países mais atingidos pela crise européia, continua promovendo grandes transformações na área da saúde. A proposta de privatização de seis hospitais e 10% dos centros públicos de saúde, localizados em Madri, têm motivado trabalhadores e médicos a realizarem manifestações e paralizações freqüentes. O governo reconhece que apenas dois médicos de cada dez seguem trabalhando, o que ocasionou a suspensão, no último mês, de 6.000 cirurgias e 40.000 consultas não urgentes.

Uma das principais teses defendidas pelos médicos grevistas é de que o serviço de saúde é uma prerrogativa do setor público. Além disto, alegam os contrários às privatizações, não haveria evidências a demonstrar que a qualidade seja melhor no setor assistencial privado.
 
Por outro lado, uma pesquisa sobre morbidade hospitalar, realizada pelo espanhol Instituto Nacional de Estadística (INE), apresenta alguns dados que colocam o setor privado em vantagem frente ao setor público. Analisando as internações a pesquisa aponta uma média de permanência nos hospitais públicos de 7,04 dias e de 5,82 nos hospitais privados.
 
Segundo alguns especialistas, estes dados demonstrariam uma maior qualidade de gestão no setor privado. Em entrevista ao jornal espanhol ABC, o diretor geral do grupo privado HM Hospitales de Madri, Juan Abarca, diz que os dados indicam que hospitais privados são mais eficientes, mostrando que se fosse o contrário, já teriam sucumbido economicamente. Esta interpretação, contudo, é contraditada por setores que afirmam ser a média de permanência maior nos estabelecimentos públicos em função da maior complexidade assistencial dos mesmos, embora não apresentem dados para corroborar as afirmações.
 
A Espanha aparece em posição intermediária, comparativamente a outras nações, em relação ao tempo de permanência hospitalar de pacientes internados. A Alemanha tem uma média de internação (levando em conta todos os diagnósticos) de 9,5 dias; seguido por Canadá e Reino Unido com 7,7; Espanha e Itália com 6,7; Portugal com 5,9; França com 5,7 e EUA com 4,9 dias.

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