Estatísticas e Análises | 16 de maio de 2018

Ebola: novos casos no Congo deixam a OMS em alerta

País já registra 17 mortes após confirmação de 2 casos da doença
Ebola novos casos no Congo deixam a OMS em alerta

Com dois casos de ebola confirmados na República Democrática do Congo (RDC), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o governo do país começaram a enviar equipes de emergência para os locais afetados. Ao menos 17 pessoas morreram em uma área no Noroeste do país africano, onde autoridades da saúde confirmaram um surto de ebola.

Os novos casos de ebola foram identificados na terça-feira (8) em uma área remota do noroeste do país, perto da cidade de Bikoro, perto do rio Congo.  De acordo com a OMS, foram liberados cerca de 1 milhão de dólares de seu fundo de emergência para apoiar os esforços nos próximos três meses e impedir a disseminação da doença. A entidade obteve 4 mil doses de uma vacina experimental contra a doença e enviará ao país africano.

A epidemia afeta a região de Bikoro, na fronteira com Congo-Brazzaville. Segundo a OMS, até a sexta-feira (11), houve 34 casos suspeitos de ebola nessa área nas últimas cinco semanas, incluindo dois casos confirmados. A OMS alertou que se prepara para “o pior dos cenários”.

“Nosso país está enfrentando outra epidemia do vírus ebola, o que constitui uma emergência internacional de saúde pública”, informou o ministério do país em um comunicado. “Nós ainda dispomos dos recursos humanos bem treinados que foram capazes de controlar rapidamente as epidemias anteriores”, acrescentou o texto.

Equipes médicas apoiadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela ONG humanitária Médicos sem Fronteiras foram despachadas para a região no sábado e colheram cinco amostras de casos ativos sob suspeita. Duas dessas amostras deram positivo para a cepa Zaire do vírus ebola, informou o ministério.

“Nossa maior prioridade é chegar a Bikoro para trabalhar junto ao governo e parceiros para reduzir a perda de vidas e sofrimentos relacionados a este novo surto da doença pelo vírus ebola”, disse Peter Salama, diretor-geral adjunto da OMS para Preparação e Resposta a Emergências.

Nove surtos desde 1976

Este é o nono surto registrado no país, desde a descoberta do vírus ebola na RDC, em 1976. O nome do vírus mortal se dá em função do rio Ebola, no Leste do país, deu nome ao vírus mortal quando foi descoberto ali na década de 1970. Este novo surto de ebola ocorre menos de um ano após o último registro, que matou oito pessoas.

O vírus é endêmico na nação africana e causa uma doença grave e aguda, que muitas vezes é fatal se não for tratada. Acredita-se que o ebola seja transmitido por longas distâncias por morcegos, que podem hospedar o vírus sem morrer, uma vez que ele infecta outros animais com quem compartilham árvores, como os macacos. Frequentemente se espalha para os seres humanos através do consumo de carne de animais selvagens infectada. O ebola é fatal em cerca de 50% dos casos.

Os primeiros sintomas geralmente incluem o início súbito de febre, fadiga, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Esse quadro é seguido por vômitos, diarreia, erupção cutânea, sintomas de insuficiência renal e função hepática e, em alguns casos, hemorragias internas e externas.

A última grande epidemia de ebola aconteceu no Oeste da África entre 2014 e 2015, deixando um saldo de mais de 11 mil mortos nos países mais atingidos – Serra Leoa, Libéria e Guiné.

Com informações da OMS e jornal O Globo. Edição do Setor Saúde.

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