Dispositivos eletrônicos sem fio ajudam a detalhar como as infecções hospitalares se propagam
Pacientes e profissionais de saúde foram monitorados por 4 mesesClose-proximity interactions (CPI) ou interações de proximidade medidas por sensores sem fio tem ajudado a validar a importância dos estudos que medem as interações humanas e a transmissão de germes em hospitais, como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês). A MRSA pode estar presente em algumas pessoas com uma carga ainda maior devido ao funcionamento deficiente de seus sistemas de defesa, como no caso de pacientes. Mas também pode estar presente em profissionais de saúde.
A pesquisa, publicada na revista especializada PLOS Computational Biology (ver original), revelou quais e como as interações de proximidade entre pacientes e profissionais de saúde atuaram como caminhos para a transmissão de cepas de estafilococos (no Berck-sur-Mer Hospital, França). Todos os profissionais e pacientes foram monitorados e testes eram feitos regularmente para medir o nível de colonização de cada pessoa e grupo.
Chamada i-Bird (Individual Based Investigation of Resistance Dissemination), a pesquisa analisou 85.025 dessas relações diárias, medidas a cada 30 segundos entre 590 participantes ao longo de um período de quatro meses. Os pesquisadores identificaram 173 eventos de transmissão, entre 329 pacientes e 261 profissionais de saúde, com risco de transmissão mais elevada entre os trabalhadores de saúde e doentes do que de paciente para paciente.
Os sensores sem fio captaram a interação entre os indivíduos de forma prática, e a pesquisa corrobora o uso de abordagens de alta tecnologia para o controle de infecção. As duas características fundamentais dessa análise foram: a medição simultânea de contatos e dados microbiológicos (estudos anteriores com foco em um ou outro componente); e o acompanhamento a longo prazo, fundamental para ligar episódios de incidentes com os contatos.
Os resultados indicam que estudos com indivíduos de contato podem ajudar a identificar o aumento do risco de situações de transmissão e, finalmente, reduzir a infecção hospitalar, também conhecida por infecção nosocomial.
O estudo afirma que “as redes de contato têm sido cada vez mais apontadas em modelagens de propagação de doenças infecciosas. No entanto, muitos dados coletados são incompletos ou usam procedimentos que não conseguem detectar situação em risco. Neste novo experimento, a análise conjunta de contato e transporte (da infecção) valida o uso de registro das interações por dispositivos eletrônicos, abrindo um novo campo para as medidas de prevenção nos hospitais”.