O estudo analisa como instituições hospitalares podem manter a continuidade assistencial durante eventos climáticos extremos, a partir das lições aprendidas nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.
Intitulado Surviving the Storm: Maintaining Services during Flooding in the South of Brazil, o artigo é assinado por Evandro Moraes, Sérgio R.R. Decker, Rogerio A. Silva, Regis G. Rosa e Mohamed Parrini.
A publicação destaca o conjunto de desafios enfrentados durante o desastre climático como interrupções de abastecimento, restrições de acesso, colapso de infraestrutura e emergências epidemiológicas e apresenta estratégias que permitiram manter serviços essenciais em funcionamento mesmo sob condições severas.
O artigo reforça a importância de incorporar a perspectiva da adaptação climática na gestão da Saúde, com foco em sustentabilidade, análise de risco, governança ambiental, inovação e resposta rápida.
A publicação demonstra que políticas de mitigação implementadas ao longo de anos, como gestão hídrica, uso de energias renováveis, programas de eficiência e sistemas de monitoramento ambiental, podem reduzir vulnerabilidades e garantir maior resiliência institucional, algo que foi percebido como realidade durante o período das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024.
Para Moraes, os aprendizados do estudo dialogam diretamente com o futuro da gestão hospitalar. “Eventos como os vividos no Rio Grande do Sul mostram que a resiliência de um hospital depende de planejamento estratégico, tecnologia, equipes preparadas e visão integrada de risco. Adaptar-se à nova realidade climática é fundamental para proteger vidas e assegurar a continuidade do cuidado”, afirma.
A pró-reitora de Saúde da PUCRS, professora Andrea Bandeira, chama a atenção para a presença de um gestor executivo entre os autores do artigo, algo incomum em publicações científicas dessa magnitude. “A publicação de autoria do diretor-geral do nosso Hospital reforça um posicionamento que o ecossistema da PUCRS valoriza e incentiva: a aproximação entre gestão, ciência e inovação como fundamento para decisões estratégicas. Reconhecemos essa postura que fortalece a capacidade de antecipação, resiliência e contribuição qualificada para o debate global sobre os impactos das mudanças climáticas na Saúde”, aponta.