Estatísticas e Análises, Mundo | 7 de maio de 2015

Digoxina é associada a maior risco de mortalidade

Pesquisa alemã avalia 19 estudos com mais de 300 mil pacientes
Digoxina é associada a maior risco de mortalidade

Uma pesquisa alemã revisou dados sobre o uso de digoxina, um fármaco digitálico (glicosídeo cardiotônico), utilizado no tratamento de problemas cardíacos. Há registros que indicam uma relação da droga com a mortalidade em pacientes com fibrilação atrial (FA) ou com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). O trabalho foi publicado pelo European Heart Journal.

Uma equipe coordenada por Stefan H. Hohnloser, professor de cardiologia na J.W. Goethe University, em Frankfurt, se baseou nos bancos de dados da MEDLINE (Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica, base de dados bibliográficos da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA) e da COCHRANE (empresa canadense referência em revisões sistemáticas, com protocolos clínicos baseados em evidências), referentes ao período de 1995 a 2014.

Os pesquisadores avaliaram os efeitos da digoxina sobre todas as causas de mortalidade em indivíduos com FA ou ICC. Foram identificados 19 estudos completos, nove tratando de pacientes com FA, sete de pacientes que sofrem de ICC e três com ambas as condições clínicas, compreendendo 326.426 pacientes.

Com base na análise de mortalidade, de todos os 19 estudos, o uso da digoxina foi associado a um aumento do risco relativo de mortalidade por qualquer causa. Em comparação com indivíduos que não receberam glicosídeos, a digoxina foi associada a um aumento do risco de mortalidade de 29% no subgrupo de publicações que compreendem 235.047 pacientes só com FA. Já entre os 91.379 pacientes com ICC, o risco aumentou 14%.

A revisão sistemática e meta-análise sugere que o uso da droga está associado a um aumento do risco de mortalidade, especialmente quando não há um controle adequado do nível sérico de digoxina. A análise, no entanto, sugere que os efeitos negativos são particularmente evidentes em casos de FA.

Até que novos ensaios clínicos sobre a terapia com digoxina sejam feitos, os pesquisadores sugerem o uso com cautela e monitoração, particularmente quando administrada para o controle da frequência cardíaca em pacientes com FA.

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