Estatísticas e Análises | 22 de janeiro de 2025

Dificuldade progressiva de engolir deve ser avaliada

Rio Grande do Sul é o estado da Região Sul com incidência mais alta de câncer de esôfago, conforme dados do Inca.
Dificuldade progressiva de engolir deve ser avaliada

O câncer de esôfago não costuma apresentar sinais no estágio inicial, mas existem indícios que podem servir como alerta de que algo não está bem e, por isso, precisam ser avaliados. O oncologista Gabriel Prolla, da Oncoclínicas RS (grupo Oncoclínicas&Co), afirma que os sintomas mais comuns são disfagia – a dificuldade progressiva de engolir sólidos, pastosos e, por último, líquidos; e odinofagia – que é a dor para deglutir, além da sensação de a comida trancar no esôfago, emagrecimento, refluxo, regurgitamento e azia. Diante deste quadro, a orientação é procurar atendimento médico para investigação.


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“A principal maneira de diagnosticar segue sendo a endoscopia digestiva, mas a detecção de esôfago de Barrett permite tratamento, diminuindo a possibilidade de vir a desenvolver o adenocarcinoma”, frisa o oncologista. Se houver necessidade de cirurgia, o principal avanço é a adoção crescente de procedimentos minimamente invasivos com uso da robótica.

“O emprego da quimioterapia e radioterapia, segue sendo utilizado para diminuir o risco de recorrências e facilitar a cirurgia”, informa. “A maior novidade nesta área é a imunoterapia pós-operatória nas situações em que o tumor não desapareceu com radioterapia e quimioterapia”, salienta o oncologista.


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Bebidas muito quentes são um risco

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a previsão para 2024 é de 10.990 novos casos dessa doença oncológica no Brasil. Entre os estados da Região Sul, o Rio Grande do Sul lidera com a maior estimativa, somando 1.150 registros. O oncologista informa que os dois tipos mais frequentes são adenocarcinoma, mais comum no esôfago distal e na transição esôfago-estômago, e o carcinoma escamoso, que ocorre mais  no esôfago proximal e médio. A faixa etária mais suscetível ao desenvolvimento da neoplasia é entre 60-70 anos, mas em torno de 85% dos pacientes têm entre 50 a 75 anos de idade.

Prolla informa que os principais fatores de risco preveníveis para o carcinoma escamoso são o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Em relação à ingestão de bebidas muito quentes, como chimarrão, o especialista alerta que esse hábito também pode levar ao desenvolvimento da neoplasia.


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Já para o adenocarcinoma, a lista inclui também obesidade, refluxo gastroesofágico e esôfago de Barrett, uma condição em que a pessoa sofre danos provocados pelos ácidos do estômago. Além disso, uma dieta pobre em frutas e verduras, rica em gordura animal saturada e carne vermelha favorece o surgimento de qualquer um dos dois tipos de câncer de esôfago. “Por isso, a melhor atitude é adotar uma alimentação saudável, evitar tabaco e bebidas alcoólicas, fazer exercícios e manter um peso adequado”, finaliza.

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