Estatísticas e Análises | 12 de dezembro de 2025

Dezembro Laranja acende debate sobre aumento de casos de câncer de pele no Brasil

Segundo o Observatório do Câncer, publicação exclusiva desenvolvida pelo A.C.Camargo Cancer Center, os tumores cutâneos correspondem a mais de 30% dos casos tratados na instituição ao longo dos últimos 20 anos.
Dezembro Laranja acende debate sobre aumento de casos de câncer de pele no Brasil

Mesmo fazendo parte da lista de tumores facilmente evitáveis, o câncer de pele representa cerca de 33% de todos os diagnósticos da doença, alcançando a marca de mais de 180 mil novos casos por ano no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Segundo o Observatório do Câncer, publicação exclusiva desenvolvida pelo A.C.Camargo Cancer Center, os tumores cutâneos correspondem a mais de 30% dos casos tratados na instituição ao longo dos últimos 20 anos.



Dados publicados no ano passado pelo Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences revelaram um aumento de 57% nos casos notificados desde 2020 no país. Usando uma base de dados do Sistema de Notificação de Agravos (SINAN), disponibilizados pelo DATASUS entre 2018 a 2023, os pesquisadores descobriram uma maior concentração de atendimentos pela doença nas regiões Sudeste e Sul, sendo predominante entre pessoas brancas e idosos na faixa etária de 70 a 79 anos, com maior incidência entre homens (52%).


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Os achados brasileiros vão de encontro com uma tendência de aumento de casos pelo mundo, reiterada no estudo recém-publicado no periódico Jama Dermatology, que analisou dados globais entre 1990 e 2020 e mostrou essa crescente de diagnósticos de tumores do tipo carcinoma basocelular de 61,3%, enquanto os carcinomas espinocelulares, saltaram em 42,5% na América do Norte, Austrália, Nova Zelândia.

Para o líder do Centro de Referência em Tumores Cutâneos do A.C.Camargo, Dr. João Duprat, o envelhecimento populacional, o acúmulo de exposição solar inadequada ao longo dos anos e fatores genéticos, assim como a baixa adesão às medidas de prevenção por parte da população masculina, podem justificar esse aumento de casos.

“Especialmente em um país tropical como o Brasil, com temperaturas que batem recorde a cada verão, é importante reforçarmos o Fator de Proteção Solar (FPS) como principal defesa contra os efeitos nocivos dos raios UVA e UVB. Além de ficar na sombra na praia, se exercitar ao ar livre com roupas de proteção, usar bonés e chapéus é importante investir no uso do protetor solar diariamente e da forma correta”, acrescenta. Ele ainda ressalta que, a exposição em excesso aos raios solares pode não parecer um problema imediato, mas os anos de acúmulo vão cobrar um preço no futuro, por isso a prevenção é sempre a melhor alternativa.


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O especialista reforça que para uma proteção adequada é preciso aplicar e reaplicar o protetor a cada 4/6 horas em uma rotina de uso diário e a cada 2 horas ao suar na prática de atividades ao ar livre ou logo após nadar. Na dúvida sobre qual fator de proteção solar usar, vale entender que um FPS 5 significa que você está cinco vezes mais protegido em comparação à pele sem protetor, enquanto um FPS 70 oferece uma proteção 70 vezes maior. Aumentar o FPS nos dias de altas temperaturas e maior exposição é uma boa estratégia.

Consultar um dermatologista ao notar qualquer mudança é fundamental para a detecção precoce de possíveis tumores. “A regra que conhecemos como ABCDE pode ajudar na identificação de sinais preocupantes. No que diz respeito a pintas e manchas, vale ter atenção à Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro superior a 6mm e Evolução dessas mudanças. Outro sinal são feridinhas que aparecem no corpo e não cicatrizam totalmente por mais de um mês, tendo sangramento ou não podem ser um alerta para procurar um médico. A detecção do câncer em estágios iniciais amplia significativamente as chances de cura”, indica.

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