Mundo, Tecnologia e Inovação | 16 de agosto de 2013

Demência Digital: uma doença moderna

Dependência de smartphones, tablets e demais dispositivos eletrônicos prejudica o desenvolvimento cerebral de jovens
Demência Digital uma doença moderna

Vem da Coreia do Sul o termo para uma nova dependência, diagnosticada desde o final dos anos 1990 e que atinge cada vez mais os jovens: a demência digital. As gerações que já cresceram em meio ao mundo virtual têm apresentado uma crescente dependência de dispositivos e aparelhos eletrônicos, ao ponto de muitos não conseguirem lembrar coisas básicas como o próprio número de telefone.

A denominada demência digital nada mais é do que uma deterioração nas habilidades cognitivas, também comum em pessoas que sofreram traumatismo craniano ou doença psiquiátrica. De acordo com o dr. Byun Gi-won, médico do Centro de Balanço Cerebral de Seul, o uso de smartphones e dispositivos de jogos prejudica o desenvolvimento equilibrado. “Os heavy users (termo para os viciados no uso desses aparelhos) são propensos a desenvolver o lado esquerdo do cérebro, deixando o lado direito inexplorado ou subdesenvolvido”, revelou, em entrevista para o jornal Daily JoongAng.

O lado direito do cérebro está associada à concentração e à memória. Os casos analisados na pesquisa alertam para a chance de 15% dos usuários dependentes desenvolverem precocemente a demência. Outro fator de preocupação é o subdesenvolvimento emocional, cada vez mais comum entre crianças do que em adultos, pois seus cérebros ainda estão crescendo.

O percentual de pessoas com idade entre 10 e 19 anos que usam smartphones por mais de sete horas diárias é de 18,4% da população global. Na Coreia do Sul, a taxa (a maior do mundo) em 2011 ficou acima de 67%, de acordo com números do Ministério da Ciência e Planejamento Futuro coreano.

Dr. Manfred Spitzer, neurocientista alemão, publicou um livro intitulado “Demência Digital” em 2012, que alertou pais e professores sobre os perigos de permitir as crianças passarem muito tempo em um laptop, celular ou outros dispositivos eletrônicos. Segundo o especialista, os danos no desenvolvimento cerebral, nestas situações, são irreversíveis.

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