Consolidação de fraturas em fumantes demora mais
Estudo mostra que tabagistas têm cicatrização lenta e imperfeitaOs efeitos prejudiciais do consumo do cigarro são bastante conhecidos. Além de problemas de coração, pulmão, e aumento de tumores, um recente trabalho da Universidade de Medicina da Pensilvânia revelou que o fumo afeta também a recuperação do sistema ósseo. A pesquisa foi apresentada no final de março, no encontro anual da Academia Americana de Cirurgia Ortopédica (EUA).
Para chegar a esse resultado, foram feitos 20 testes com 6.480 pessoas, sendo 1.457 fumantes. As mais variadas fraturas (tíbia, fêmur, tornozelo, quadril, entre outros) foram tratadas com diferentes técnicas, como fixação externa, interna com pinos, com placas, e ficou clara a maior dificuldade na cicatrização. Os não-fumantes levam, em média, 24,1 semanas para estarem curados, seis a menos do que os tabagistas (30,2). Além disso, o risco de infecção é maior entre os que fumam (7%, contra uma média de 2% a 4% dos demais pacientes).
Um estudo semelhante já havia sido realizado pela Sociedade Francesa de Cirurgia Ortopédica e Traumatologia (Sofcot) em 2010. Na ocasião, foi constatado que uma pessoa que para de fumar durante o tratamento diminuía em duas vezes a chance de complicações.
Os resultados mostram, também, que fraturas de fumantes tem 12,3 mais chances de não consolidarem de maneira ideal. Os dois fatores determinantes são a menor quantidade de monóxido de carbono ingerido, o que dificulta a oxigenação dos tecidos, e a nicotina, que por sua vez reduz a produção de colágeno.
O hábito de fumar reduz em até 15% a capacidade do sangue de transportar oxigênio, o que diminui a densidade dos ossos, enfraquecendo-os. Desta forma, as chances de o paciente ter osteoporose também aumenta.