Estatísticas e Análises | 14 de abril de 2021

Covid: Hospital Tacchini confirma “variantes de preocupação” em pacientes de cidades da Serra Gaúcha

Resultados confirmam a disseminação de variantes
Hospital Tacchini confirma variantes de preocupação em pacientes de cidades da Serra Gaúcha

No início de março, o Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves (RS), identificou uma série de pacientes com diagnóstico positivo de Covid-19 cujo ciclo de agravamento da doença ocorreu de forma mais precoce. A partir do aumento de casos em outros estados, a instituição tomou a iniciativa de enviar para análise amostras de 11 diferentes casos, a fim de ajudar a identificar possíveis novas cepas de coronavírus na região. Ao todo, quatro casos foram identificados como sendo da linhagem P.1, três como variante P.2 e outros dois como B 1.1.28. As duas amostras restantes foram consideradas inconclusivas. 

O hospital enviou amostras de pacientes com moradia fixa nos municípios gaúchos de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Serafina Correia, confirmando a disseminação de variantes virais em diferentes pontos da serra gaúcha. O sequenciamento do RNA das amostras de SARS-Cov-2 foi realizado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), comandado pelo virologista Fernando Spilki.

Segundo a Fiocruz, o agravamento da pandemia no Brasil ocorreu a partir de duas linhagens virais, uma delas a B.1.1.28, identificada inicialmente no Amazonas. Foi ela que, após mutações, originou a variante P.1, encontrada também no Amazonas, e a P2, descrita pela primeira vez no Rio de Janeiro. Ambas são consideradas “variantes de preocupação“, e apresentam modificações na proteína spike, estrutura do vírus que se conecta às células humanas.

Mesmo antes da conclusão das análises, o Tacchini reorientou suas equipes técnicas, redobrando o rigor no uso de EPIs. De acordo com a infectologista do Hospital Tacchini, dra. Nicole Golin, a confirmação da presença das novas variantes reforça ainda mais a necessidade de cuidados preventivos também por parte da população. “Quanto maior a disseminação do vírus, maior a velocidade de replicação viral, e consequentemente, maior a probabilidade de surgimento de novas mutações e variantes. Por isso, é fundamental a continuidade das medidas de prevenção, que são a higienização frequente das mãos, uso de máscara e evitar aglomerações”, alerta.

Vacinas fazem efeito em novas cepas?

Conforme o Tacchini, até o momento as vacinas disponíveis mostraram boa eficácia sobre as variantes citadas. Contudo, a infectologista lembra que se a disseminação do vírus seguir no ritmo atual, novas variantes e mutações podem aparecer e afetar a resposta à vacinação, considerada a principal arma para enfrentamento da pandemia até o momento.

Com informações Tacchini Sistema de Saúde. FOTO: Alexandre Brusa. Edição SS.

 



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