Contagem de esperma em homens ocidentais caiu mais de 50% desde 1973
Produtos industrializados podem ser a causaA contagem de espermatozóides dos homens nos países ocidentais tem diminuído acentuadamente sem sinais de “nivelamento”, de acordo com novas pesquisas, publicadas na Oxford Academy.
Após examinar milhares de estudos, uma equipe internacional de pesquisadores analisou amostras de sêmen de 42.935 homens de 50 países entre 1973 a 2011.
Eles descobriram que a concentração de esperma (o número de espermatozoides por mililitro de sêmen) diminuiu durante todos os anos da análise, totalizando um declínio total de 52,4%.
A diminuição do número de espermatozoides já foi relatada há um quarto de século, mas a nova análise mostra que “esse declínio é forte e contínuo”, disse a Dra. Shanna H. Swan, uma dos autoras do estudo e professora na Icahn School of Medicine em Nova York.
Entretanto, o debate sobre esse assunto ainda está longe de ser resolvido, já que as reais consequências desse número cada vez menor ainda permanecem desconhecidas.
Possíveis causas
De acordo com a Dra. Swan, a tendência de baixa na contagem de esperma vista nos países ocidentais sugere que “produtos químicos no comércio” estão desempenhando um papel fundamental para isso.
Embora esta pesquisa não tenha se concentrado nas causas desses declínios, seus autores apontaram para pesquisa existente que mostrou que a exposição à fumaça de cigarro, álcool e produtos químicos, enquanto no útero, assim como o estresse, obesidade e idade, foram fatores na queda.
“Se a mãe fuma, a contagem de esperma de seu filho diminui – isso foi demonstrado em múltiplos estudos“, conta.
Em estudo de 2005, Dr. Swan, mostrou que a exposição a ftalatos (phthalates), afetou o desenvolvimento de filhos. Os ftalatos são um grupo de produtos químicos utilizados para tornar os plásticos mais flexíveis e difíceis de quebrar. Estudos realizados nas últimas duas décadas, demonstraram que compostos deste tipo interromperam a operação de hormônios masculinos como a testosterona e foram ligados a defeitos congênitos genitais em bebês do sexo masculino.
Os efeitos
Niels Skakkebaek, pesquisador de reprodução da Universidade de Copenhague, acredita que a Dinamarca e a Alemanha são exemplos de como isso está se desenrolando.
“Na Dinamarca, 8% de todas as crianças nascem por meio da reprodução assistida”, disse ele. “Mesmo com esta atividade, as taxas de natalidade estão há 40 anos abaixo do nível de reposição”.
“O número de jovens alemães já diminuiu 50% desde a década de 1960”, disse ele, acrescentando que um padrão semelhante foi visto no Japão, que, embora não seja um país ocidental, seja desenvolvido.
Os dados sobre gestações assistidas foram associados a mulheres que tiveram filhos mais tarde na vida e, nas nações desenvolvidas, as estatísticas mostram que mais mulheres estão escolhendo ter menos (ou não) bebês, o que também pode contribuir para os dados.