A Comissão de Estudo da nova Norma da ABNT para Prevenção de Incêndio em Hospitais e Estabelecimentos de Saúde deu mais um importante passo nesta quinta-feira, 18, na FIERGS, em palestra efetuada no Mercofire – 11º Seminário de Segurança Contra Incêndio do Mercosul.

Representando a FEHOSUL, o administrador Alcides Pozzobon destacou a importância da formação de uma equipe qualificada para a elaboração do projeto. “Temos mais de 30 representantes de hospitais, empresas produtoras de insumos, de consultorias, projetistas, arquitetos e engenheiros”. Ele lembra que o objetivo é criar um guia. “A ABNT não estabelece lei ou decreto, mas orienta e dá instruções de como deve funcionar uma norma”, acrescentou.

A palestra “A Nova Norma ABNT para Prevenção de Incêndio em Hospitais e Estabelecimentos de Saúde” teve como moderador o engenheiro Cláudio Hanssen, coordenador técnico da comissão, que salientou a necessidade de modernizar as atuais formas de prevenção. “Buscamos subsídios para saber como vamos fazer. As nossas normas são muito antigas, os conceitos modernos não estão contidos e não podemos no omitir”, frisou.

Para facilitar o estudo, foram constituídos três subcomissões: Proteção Passiva (edificações e instalações fixas), coordenada pelo engenheiro civil Sérgio Maciel, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Proteção Ativa (equipamentos e produtos), sob o comando de João Aloísio Silva, da BDS Engenharia (Santa Maria); e Capacitação e Treinamento Pessoal, chefiado por Elvira Risso (IC/FUC). Cada um falou sobre suas especificidades.

Proteção Passiva

Ao elencar as diferenças entre as leis federais, propostas pela Anvisa, e as municipais, Sérgio Maciel ressaltou que existem conflitos de informações, como no caso do acesso ao local. “A Anvisa diz que existe padrão de largura de via, altura de entrada, largura de entrada, e Porto Alegre não diz nada através da Lei Complementar 420”.

A modernidade também é algo que não significa apenas benefícios, principalmente nos materiais. “Todos os tipos de plásticos existem hoje, não temos mais as camas de metal como eram antes. Agora ela é engatada na tomada, tem plástico em volta do colchão. Tem muita coisa que está piorando por um lado, mas proporciona mais conforto”.

Proteção Ativa

João Aloísio ressaltou que não é preciso “reinventar a roda” para que a proteção ativa funcione plenamente. É fundamental aplicar as regras brasileiras já existentes e fazer as adequações sugeridas pela nova norma. “Temos que verificar as necessidades. Os hospitais precisam ser responsáveis, a partir da direção, do proprietário, e cumprir as normas em todos os seus itens, principalmente em manutenção, inspeções periódicas e treinamento”.

Mais do que ter conceitos, é preciso um encarregado. “Os hospitais devem ter uma pessoa que estará encarregada de administrar emergências 24 horas. Sai uma pessoa e entra a outra no lugar. Alguém que tenha a responsabilidade de definir como vai ser combatido o incêndio ou qualquer outra emergência e decidir como esvaziar o prédio”, falou Aloísio.

Capacitação e Treinamento

Para usufruir das normas passivas e ativas, é necessário que os profissionais tenham um treinamento, como ponderou Elvira Risso. “Entendemos que a administração dos hospitais têm que pensar no planejamento estratégico, que é tão importante quanto a parte estrutural e a ativa”. Analisando as normativas atuais, a engenheira acredita que o treinamento dos funcionário ainda é pouco valorizado. “As instituições que liberam o alvará de funcionamento dos estabelecimento não cita nada a respeito de treinamento”, completou.

Apontando para a importância de eliminar o fogo logo no início, Elvira aposta na capacitação do profissional que estará mais perto do local da ocorrência. “Acreditamos que é necessário que se comece a pensar que cada profissional deve estar preparado para combater o princípio de incêndio. A nossa ideia é que, durante os cursos de integração, todos recebam noções sobre como controlar o princípio de incêndio”, disse.

A FEHOSUL programa um seminário específico, a ser realizado em Porto Alegre, no mês de junho, incorporado à programação do Jubileu de Prata da entidade, com convidados de fora do Estado, ocasião em que será apresentado oficialmente a versão final do anteprojeto de normas da ABNT, específico para o setor saúde.